Seminário discute desafios e soluções para o trabalho dos catadores em São Paulo, na Câmara Municipal.

Na manhã da última sexta-feira (10/11), a Câmara Municipal de São Paulo foi cenário do seminário “O Trabalho dos Catadores e Catadoras em São Paulo”. O evento, proposto pelo vereador Hélio Rodrigues (PT), teve como objetivo discutir e encontrar soluções políticas e sociais para os catadores e catadoras do município.

O seminário reuniu representantes de entidades e cooperativas ligadas aos trabalhadores, como Nanci Darcolete, catadora autônoma e assistente de incidência política do Projeto Carroças do Futuro; Valquiria Cândido da Silva, presidente da Cooperpac; Maria Aparecida Dias da Costa, presidente da Cooper Glicério; Fernanda de Carvalho Tavares, coordenadora e presidente da Cooperativa Casa do Catador; e Carlos Tadeu, coordenador de incidência política da ONG Pimp My Carroça/Cataki.

O evento foi marcado pela presença de diversos especialistas, que debateram temas pertinentes à realidade dos catadores e suas cooperativas na cidade de São Paulo. Dentre os temas abordados, destacaram-se o PL 591/2013, que inclui cooperativas e associações no sistema de limpeza urbana, autoriza a remuneração e cria o Conselho Gestor da Coleta Seletiva; o trabalho das mulheres catadoras; os desafios das cooperativas no mundo do trabalho; o impacto do trabalho na saúde; a luta por infraestrutura de trabalho; e a busca por uma política pública de gestão de resíduos.

A economista Marilane Teixeira, responsável por apresentar o evento, comentou: “Hoje nós estamos realizando um seminário com trabalhadores e trabalhadoras do serviço de catação de lixos recicláveis. Estamos reunindo tantas pessoas que trabalham na coleta, nas ruas, com as carroças, como reunindo também as cooperativas de catadores e catadoras da cidade de São Paulo para discutir as suas condições de trabalho”.

Durante o seminário, houve a oportunidade de ouvir o depoimento de militantes do movimento nacional de catadores de materiais recicláveis. Luzia Honorato destacou a mudança de perspectiva de “lixo” para “material reciclável”, enfatizando a importância da visibilidade para os catadores: “É uma oportunidade muito grande, dá visibilidade para a invisibilidade do catador, então nós, catadores, estamos invisíveis em uma cidade tão maravilhosa. O governo e a sociedade esqueceram de pensar nos seus semelhantes, esqueceram de pensar nas mudanças climáticas, esqueceram de pensar na mudança de comportamento, porque antigamente era lixo, agora nós não trabalhamos com lixo, trabalhamos com material reciclável”, pontuou.

Nanci Darcolete, Projeto Carroças do Futuro, enfatizou a importância do reconhecimento e remuneração do trabalho dos catadores autônomos: “Esse encontro é muito importante por dar voz aos catadores autônomos como eu, para mostrar o valor do trabalho do catador, e essa busca pelo reconhecimento e a remuneração do trabalho”.

Da mesma forma, Carlos Tadeu, da ONG Pimp My Carroça/Cataki, apontou a relevância do debate diante do processo de renovação do contrato de coleta da cidade, discutindo os critérios e pontos que a política de gestão de resíduos deveria seguir em São Paulo: “Nós estamos prestes a assistir a renovação do contrato de coleta da cidade de São Paulo, então é muito oportuno esse debate, eu falo um pouco sobre o que a coleta deveria vislumbrar na cidade de São Paulo, quais são os critérios e pontos que a política de gestão de resíduos deveria seguir na cidade”.

O seminário na íntegra pode ser conferido no link: https://www.youtube.com/watch?v=ls7WCLvIi7E.

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