Investimentos em Drenagem: Professora da UFABC alerta para necessidade de orçamentos específicos e ações coordenadas dos municípios.

A engenheira civil e professora de Hidráulica e Drenagem na UFABC, Melissa Graciosa, alerta para a falta de investimentos específicos para drenagem nos orçamentos das prefeituras da região. Em meio a uma série de investimentos, como asfaltamento de ruas, canalização de rios e construção de viadutos, a drenagem muitas vezes é deixada de lado.

Segundo a especialista, o combate às enchentes exige um olhar mais abrangente e preventivo por parte dos municípios. Ela ressalta a importância de reservar uma verba exclusiva para drenagem, já que a falta de financiamento específico faz com que esse serviço “dispute” espaço com outras obras de infraestrutura urbana.

Melissa também destaca a necessidade de investimentos em macrodrenagem, que incluem estudos em escala de bacia hidrográfica e a implantação do Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais. Além disso, a professora ressalta a importância de ações coordenadas entre prefeituras, Consórcio Intermunicipal, Comitê de Bacia Hidrográfica e Estado para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas e eventos extremos mais frequentes.

No caso específico de São Caetano, a prefeitura enfrenta o desafio de combater as enchentes com uma verba reduzida destinada à drenagem. Mesmo com a implementação do projeto ReFundação, que visa melhorar o sistema de macro e microdrenagem na cidade, a falta de recursos adequados é um obstáculo a ser superado.

Já em Santo André, a prefeitura destaca investimentos em obras de viadutos e próximas a rios para prevenção de enchentes. Embora haja uma destinação de recursos para o sistema de drenagem, a cidade não recebe repasses estaduais ou federais nesse sentido.

Em Diadema, as intervenções incluem monitoramento de áreas de risco, recapeamento de vias e investimentos em urbanização em núcleos habitacionais. O município também discute a destinação de recursos do Fehidro para combate às enchentes, demonstrando uma preocupação com a prevenção de desastres naturais.

A cidade de São Bernardo, por sua vez, destina um montante significativo para mitigar os impactos das chuvas desde 2017, com destaque para obras como o Piscinão do Paço. A prefeitura mantém um investimento contínuo visando prevenir acidentes e minimizar os efeitos das fortes chuvas.

Por fim, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não responderam às solicitações sobre investimentos em prevenção de enchentes. A falta de transparência nesse sentido torna ainda mais urgente a implementação de medidas preventivas e a destinação de recursos adequados para garantir a segurança das populações diante de eventos climáticos extremos.

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