Jornalista de destaque em SP, Sérgio Fleury Moraes falece aos 64 anos deixando legado de independência e combate à censura.

O jornalismo perdeu uma de suas figuras mais icônicas recentemente, com o falecimento de Sérgio Fleury Moraes aos 64 anos. Desde jovem, Sérgio demonstrava sua paixão pela comunicação, resumindo notícias de jornais da família e vendendo a síntese para parentes. Seu envolvimento com a mídia se intensificou na adolescência, quando lançou o jornal O Furinho, impresso no mimeógrafo da escola onde estudava, em Santa Cruz do Rio Pardo.

A veia jornalística de Sérgio o levou a iniciar o curso de jornalismo na Unesp de Bauru, mas ele não chegou a concluí-lo. Aos 17 anos, precisou ser emancipado para abrir o semanário Debate em 1977, mantendo uma linha editorial independente e crítica por 46 anos. Colaboradores renomados, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, contribuíram para o sucesso do periódico.

No entanto, a trajetória de Sérgio não foi isenta de desafios. Em 1991, o Debate denunciou irregularidades envolvendo um juiz da cidade, resultando em perseguições e processos judiciais. A luta em defesa da liberdade de expressão culminou na revogação da Lei de Imprensa em 2009, após uma série de embates jurídicos.

Mesmo enfrentando adversidades, Sérgio nunca se calou diante das tentativas de censura e perseguições. Sua coragem e determinação foram reconhecidas nacionalmente, com sua história sendo divulgada em diversos veículos de comunicação. O legado deixado por Sérgio inclui não só a luta pela liberdade de imprensa, mas também sua dedicação ao jornalismo independente e de qualidade.

A morte de Sérgio Fleury Moraes representa uma perda irreparável para o jornalismo brasileiro. Seu compromisso com a verdade e sua resistência diante das pressões políticas são exemplos a serem seguidos por toda uma geração de jornalistas. Sua memória permanecerá viva através do legado deixado pelo Debate e por sua incansável defesa da liberdade de expressão.

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