Morte de idoso por policial militar gera crise na relação entre PM e PC em São Paulo durante governo Tarcísio de Freitas.

Uma tragédia ocorrida na tarde de terça-feira (7) no bairro do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, chocou a população e trouxe à tona uma nova crise na já conturbada relação entre as polícias Militar e Civil do estado. Um homem de 70 anos, identificado como Clóvis Marcondes de Souza, foi morto por um policial militar em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas.

Segundo informações apuradas pela reportagem, o idoso não tinha qualquer envolvimento com a situação que levou à abordagem dos policiais. O disparo fatal teria sido acidental, ocorrendo durante a abordagem a dois homens que estavam em uma moto. O sargento responsável pelo tiro afirmou que a ação foi não intencional e acabou atingindo o idoso enquanto passava pela calçada.

O episódio tomou contornos ainda mais graves quando se descobriu que o crime não foi imediatamente comunicado à Polícia Civil, órgão responsável pela investigação de homicídios praticados por policiais militares. Os envolvidos na ocorrência optaram por apresentá-la em uma unidade da própria corporação, que, por sua vez, autuou o sargento em flagrante e encaminhou o caso para o Tribunal de Justiça Militar.

Essa conduta gerou revolta entre delegados ouvidos pela reportagem, que classificaram a atuação da Polícia Militar como arbitrária, ilegal e inconstitucional. Para eles, a morte de Clóvis Marcondes de Souza deveria ter sido investigada pela Polícia Civil, em conformidade com os procedimentos legais.

O Ministério Público afirmou que estará acompanhando de perto as investigações do caso, garantindo que a justiça seja feita. O advogado criminalista Roberto Tardelli criticou a postura da PM, apontando que houve uma usurpação de competência ao não permitir a devida investigação sobre o ocorrido.

Diante da gravidade do caso, o sargento responsável pelo disparo passou por uma audiência de custódia no Tribunal de Justiça Militar, onde teve a prisão preventiva decretada. Novas diligências serão realizadas para esclarecer se o homicídio foi culposo ou doloso, cabendo à Justiça comum definir o desfecho do processo.

É importante ressaltar que a conduta dos policiais envolvidos não seguiu os protocolos estabelecidos pela própria Secretaria da Segurança Pública, o que levanta questionamentos sobre a forma como as autoridades lidam com casos envolvendo intervenção policial. A população aguarda por respostas e por uma investigação transparente e imparcial para que a justiça seja feita em nome de Clóvis Marcondes de Souza.

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