Dirigentes da Vai-Vai levam integrantes às lágrimas ao apresentar projeto de nova sede que pode nunca sair do papel

A Escola de Samba Vai-Vai de São Paulo vive um drama em relação à construção de sua nova sede. O sonho, que havia emocionado os integrantes da agremiação em sua apresentação em setembro de 2021, parece cada vez mais distante de se tornar uma realidade.

Após mais de dois anos do anúncio, o projeto ainda não saiu do papel devido a um imbróglio judicial. O Ministério Público apontou que o terreno adquirido para a escola está em uma zona que não permite a construção de um local desse tipo. De acordo com o Promotor Arthur Moreira Barbosa, o zoneamento local impõe que 60% da área construída seja destinada para habitação de pessoas com renda entre zero e três salários mínimos, o que inviabiliza o projeto original da Vai-Vai.

Além disso, a Promotoria também questiona a capacidade de público da sede, indicando que seria necessária a realização de um estudo de impacto na vizinhança, algo que ainda não foi feito. A Secretaria de Urbanismo e Licenciamento confirmou que não há alvará deferido para liberar a obra no local.

O drama da escola de samba se torna ainda mais complexo com a revelação de um suposto envolvimento de um ex-diretor financeiro com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Conforme documentos obtidos, o ex-diretor teria lucrado milhões de reais com a negociação do terreno onde seria construída a nova sede da Vai-Vai.

A situação se agrava com a constatação de que a escola de samba, um dos símbolos culturais mais importantes da cidade, foi prejudicada por um suposto envolvimento com o mundo do crime. A investigação policial indicou que o ex-diretor da agremiação, Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, teria usado o negócio com a Vai-Vai para lavar dinheiro supostamente arrecadado com o tráfico de drogas.

Diante dessas revelações, a Vai-Vai se pronunciou afirmando que não tinha conhecimento das restrições do terreno e que as obras permanecem paralisadas por decisão judicial. A advogada do ex-diretor financeiro da escola também defendeu a legalidade das transações comerciais e negou qualquer envolvimento com o PCC.

O desdobramento desse caso coloca em xeque a credibilidade da escola de samba e levanta preocupações sobre a transparência e governança de instituições culturais tão importantes para a cidade de São Paulo. Agora, cabe às autoridades competentes investigar a fundo as denúncias e garantir que a justiça seja feita, tanto para a Vai-Vai quanto para a comunidade que representa.

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