Na era digital em que vivemos, cada interação com dispositivos resulta em dados coletados para alimentar algoritmos de previsão e recomendação. Esses algoritmos, por sua vez, determinam o conteúdo que consumimos, influenciando nossos comportamentos e percepções muitas vezes em benefício de interesses comerciais. O treinamento opaco desses programas de inteligência artificial pode gerar conteúdos que distorcem a realidade e moldam nossa visão de mundo. Com a popularização dessas tecnologias, também surgem indivíduos mal intencionados que podem criar deep fakes para desestabilizar campanhas eleitorais.
Diante dessa realidade, a educação midiática precisa evoluir para além da análise superficial dos conteúdos. Novas abordagens devem levar em consideração os aspectos emocionais ativados pelos algoritmos, assim como os possíveis impactos nos direitos humanos. É fundamental compreender como as inteligências artificiais funcionam e como podem ampliar desigualdades estruturais e disseminar desinformação. O letramento midiático contemporâneo deve abranger também a computação crítica e a cidadania consciente, explorando as dimensões éticas das inteligências artificiais.
O lançamento do conjunto de materiais “Educação Midiática e Inteligência Artificial” pelo EducaMídia busca atender a essas demandas. Os recursos disponibilizados, como um percurso formativo para educadores, glossário e planos de aula, estão alinhados às recomendações da Estratégia Brasileira de Educação Midiática. Essa iniciativa visa capacitar educadores e estudantes a interagirem de forma crítica e informada com as tecnologias emergentes, integrando o letramento algorítmico e conceitos sobre IA às práticas educativas existentes.