Onda de violência no centro de São Paulo: quarto homicídio em cinco meses gera preocupação e pedidos de ação das autoridades.

A cidade de São Paulo foi palco de mais um caso de violência no último domingo (10). O jovem Henrry Bento Bernardes da Silva, de 22 anos, foi vítima de um latrocínio, que é o roubo seguido de morte, na rua Florêncio de Abreu, localizada na região da estação da Luz, no centro da capital paulista. Esse trágico evento não é um fato isolado na região, uma vez que, nos últimos cinco meses, Silva foi a quarta pessoa a ser assassinada de forma violenta no entorno de um dos pontos mais icônicos da cidade. Essa região é conhecida por ser cercada por importantes espaços públicos e turísticos, como o Museu da Língua Portuguesa, a Pinacoteca do Estado e a Sala São Paulo, que atraem centenas de turistas e alunos de escolas públicas e particulares, tanto da cidade como de outras localidades.

Além disso, os locais onde ocorreram os assassinatos estão próximos a pontos importantes da segurança pública, como o Palácio da Polícia Civil, o quartel da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa da Polícia Militar, e o Comando Geral da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que as investigações sobre as mortes estão em andamento, no entanto, não foi informado se houve prisões. Em todos os casos, os autores conseguiram fugir. Curiosamente, os pontos onde foram registrados os homicídios ficam a poucos metros de distância da rua dos Protestantes, onde atualmente se concentra a cracolândia.

No caso específico do assassinato de Henrry Bento Bernardes da Silva, a Guarda Civil Metropolitana revelou que o jovem estava com outros quatro amigos quando foi abordado por um grupo de cinco pessoas na rua Florêncio de Abreu. Os suspeitos roubaram celulares e uma bicicleta do grupo. Silva se recusou a entregar o aparelho, e foi golpeado com uma faca por um dos criminosos. Ele chegou a ser socorrido para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Além do caso de Silva, outras três pessoas foram mortas de forma violenta na mesma área nos últimos meses. Esses incidentes reforçam a sensação de insegurança na região da estação da Luz. A situação é ainda mais preocupante quando se observa o aumento nos índices de furto na área central de São Paulo, conforme dados divulgados pela polícia. Este cenário tem afetado tanto os moradores locais quanto os visitantes, prejudicando o comércio, o turismo e a qualidade de vida na região central da cidade.

Diante desse contexto, o gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, critica a atuação do poder público municipal e estadual na região central. Ele aponta a ausência de ações consistentes para lidar com os problemas de insegurança, de habitação e zeladoria, assim como uma política de segurança falha como fatores que contribuem para o aumento da violência na região.

Diante desse quadro desafiador, a Prefeitura de São Paulo decidiu reforçar a quantidade de policiais militares na Atividade Delegada, ação em que policiais recebem uma gratificação para patrulhar vias em dias de folga na corporação. O prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas estiveram juntos durante a assinatura do projeto de lei que reajustou os valores das gratificações pagas na atividade.
A SSP, por sua vez, afirmou que houve uma queda de 3,6% nos roubos na região central em 2023 (janeiro a outubro), totalizando 797 casos a menos em comparação ao ano anterior. A secretaria também destacou que, desde janeiro, mais de 5.400 criminosos foram presos no centro e 114 armas de fogo foram apreendidas.

Diante desse contexto de insegurança e violência, a população e autoridades locais têm a difícil tarefa de enfrentar e reverter essa situação, buscando soluções efetivas para a região central de São Paulo. A prioridade é garantir a segurança e a qualidade de vida dos cidadãos que vivem e frequentam esse importante centro urbano.

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