Médica pioneira promove uso medicinal da maconha em Santo André e enfrenta desafios jurídicos e sociais na luta pela legalização

O uso medicinal da maconha tem se mostrado cada vez mais benéfico para o tratamento de diversas condições de saúde. No entanto, ainda existe uma distinção jurídica entre o uso medicinal e o uso recreativo da planta, sendo que muitas vezes a maconha é vista mais como uma droga psicotrópica do que como uma alternativa terapêutica. Atualmente, é possível obter autorização para cultivar a maconha para fins medicinais, inclusive em casa, desde que seja autorizado por uma liminar judicial.

A médica psiquiatra e especialista em psicanálise infantil, Eliane Guerra Nunes, tem sido uma das pioneiras na prescrição de remédios à base de maconha e no estímulo ao cultivo da planta para uso medicinal. Segundo ela, mães de crianças com condições como o autismo têm recorrido ao cultivo da maconha em casa, extraindo o óleo para administrar aos seus filhos. No entanto, esse processo ainda requer uma liminar judicial devido à questões regulatórias.

Eliane Guerra Nunes é idealizadora e fundadora da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis Sativa) e do Movimento Mães Jardineiras, que oferece cursos sobre o cultivo da maconha, extração do óleo e como obter autorização legal para o plantio. A médica tem se dedicado aos estudos dos efeitos medicinais da maconha há mais de uma década e tem buscado promover o uso terapêutico da planta principalmente para famílias carentes que buscam tratamentos acessíveis.

No entanto, ainda há desafios a serem superados, principalmente em relação ao preconceito em torno dos medicamentos à base de maconha. Mães como Beatriz Ferreira Rodrigues e Paula Andrea Sanchez Munhoz destacam a importância do tratamento com canabidiol para seus filhos autistas, relatando melhorias significativas em suas condições.

Além disso, parte da equipe da Dra. Eliane Guerra Nunes encontra-se no Rio Grande do Sul para acompanhar associações que militam em prol do uso medicinal da maconha e acabaram sendo surpreendidos por uma enchente, ficando ilhados e sem comunicação. O movimento tem prestado auxílio a idosos que enfrentam dificuldades de locomoção nesse momento.

Em meio a esses desafios, o debate sobre o uso medicinal da maconha continua e evidencia a importância de garantir o acesso a tratamentos eficazes e seguros para aqueles que mais precisam.

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