Dois fugitivos de penitenciária federal usaram barra de ferro da própria cela para cavar buraco da fuga, diz investigação

Uma fuga inédita na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Mossoró (RN) tem causado grande preocupação e mobilização das autoridades. De acordo com informações investigativas, os fugitivos utilizaram uma barra de ferro retirada da estrutura da própria cela para escavar um buraco na luminária, por onde escaparam. A barra de ferro, de cerca de 50 centímetros, teria sido retirada ao descascar parte da cela comprometida devido à infiltração e falta de manutenção.

Os detentos teriam amarrado um tecido azul do uniforme na ponta da barra para servir de empunhadura, utilizando a outra ponta em forma de alavanca para retirar a luminária do local e abrir o buraco até ter tamanho suficiente para escapar. Segundo informações de investigadores, esta não é a primeira vez que presos descascam paredes ou partes da estrutura da cela para retirar barras de ferro nesse presídio.

Inicialmente cogitou-se a possibilidade de pessoas externas terem levado a barra aos fugitivos, mas essa hipótese foi praticamente descartada. Os dois detentos estavam submetidos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e não saíam para tomar banho de sol, o que, segundo os investigadores, facilitou a ação, pois não era realizada revista dos agentes penitenciários após este momento nas celas.

A dupla de fugitivos, identificados como Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, chamado de Deisinho, estão ligados ao Comando Vermelho. Após a fuga, eles chegaram a invadir uma casa na noite de sexta-feira e fizeram uma família de refém, levando dois celulares e carregadores. Não houve violência, mas os moradores da comunidade Riacho Grande, zona rural de Mossoró, relatam temor com a possibilidade de terem suas casas invadidas.

A fuga provocou uma crise no governo e causou medo na população local. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, viajou para Mossoró para acompanhar as buscas dos fugitivos. Segundo informações do Ministério da Justiça, há 300 agentes mobilizados na recaptura dos detentos, entre policiais federais, policiais rodoviários federais e policiais estaduais.

O presidente Lula, que está em Adis Abeba (Etiópia), afirmou que pode ter havido um “relaxamento” e a “conivência” de agentes que trabalham no sistema penitenciário federal em Mossoró. O primeiro episódio mais grave da história dos presídios de segurança máxima do país, de acordo com o juiz federal Walter Nunes, corregedor do Penitenciária Federal de Mossoró, tem causado grande preocupação e mobilização das autoridades para a recaptura dos fugitivos.

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