Por outro lado, o ensino a distância vem ganhando cada vez mais espaço e popularidade. Nos últimos anos, as matrículas em licenciaturas a distância mais do que dobraram, chegando a mais de 1,07 milhão de alunos em 2022. Em contrapartida, a modalidade presencial tem perdido espaço, com apenas 35,6% dos alunos concluindo a graduação para se tornarem professores da educação básica.
Essa mudança no perfil dos estudantes de licenciatura tem despertado a atenção do ministro da Educação, Camilo Santana, que expressou preocupação com a alta concentração de professores formados em cursos a distância. O Ministério da Educação estuda alterar as regras para a oferta dessas graduações, propondo a ampliação da carga horária presencial exigida.
Entretanto, as principais entidades representativas das faculdades privadas são contrárias a essa mudança, defendendo a qualidade dos cursos a distância. De acordo com o estudo realizado pelo Semesp, os cursos a distância têm maior evasão do que os presenciais e apresentam um desempenho inferior no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
A discussão sobre a qualidade e eficácia dos cursos de licenciatura, sejam presenciais ou a distância, tem levantado um debate acalorado. Enquanto alguns defendem a importância da presença física e da interação em sala de aula, outros argumentam que a modalidade a distância é mais acessível e atende a uma parcela da população que não teria condições de frequentar um curso presencial.
Em meio a essas reflexões, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou uma proposta que determina que as licenciaturas a distância devem oferecer pelo menos metade da carga horária de forma presencial. Essa medida visa garantir a qualidade da formação dos futuros professores, uma vez que a presença em sala de aula é considerada fundamental para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para atuar na educação básica.
Diante desse contexto de mudanças e adaptações no cenário da formação de professores, é fundamental que sejam realizados estudos e debates aprofundados para garantir que a qualidade do ensino não seja comprometida, independentemente da modalidade de ensino escolhida. A formação de professores é um pilar fundamental para a educação e precisa ser tratada com o devido cuidado e atenção.