Esquema de fraude em licitações liderado por acusados do PCC envolve entrega de propina a vereadores e agentes públicos em SP

Um esquema de fraude em licitações envolvendo acusados ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) foi descoberto no estado de São Paulo. De acordo com as investigações do Ministério Público, a empresa do acusado Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito, teria um sistema de entrega de propina em pacotes de dinheiro a vereadores e agentes públicos de prefeituras e câmaras municipais.

O esquema consistia na entrega de pacotes de dinheiro que variavam de R$2.500 a R$5.000 a agentes públicos dos municípios envolvidos. Além disso, a investigação apontou que a empresa de Vagner Borges Dias recebeu aproximadamente R$56,9 milhões em contratos públicos em 2022, um aumento significativo em relação aos anos anteriores.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmou que o acusado está associado a várias empresas criadas apenas para simular concorrências em licitações públicas. A operação deflagrada pelo Gaeco resultou na prisão de vereadores, agentes públicos, empresários e um advogado de municípios como Ferraz de Vasconcelos, Santa Isabel e Cubatão.

A defesa de um dos vereadores presos, Luizão Arquiteto, alegou que ele não é um suspeito, mas sim um averiguado. No entanto, de acordo com a legislação brasileira, todo averiguado torna-se oficialmente suspeito. As câmaras municipais dos municípios envolvidos afirmaram estar colaborando com as investigações e fornecendo os documentos solicitados.

Além de Latrell, outro acusado de integrar o PCC, Márcio Zeca da Silva, conhecido como Gordo, foi condenado por tráfico de drogas e também foi preso durante a operação do Gaeco. O esquema de fraude em licitações funcionava através da formação de empresas que se revezavam entre si para vencer licitações, direcionando contratos para lavagem de dinheiro do crime organizado.

Diante disso, as autoridades continuam a investigar o caso, buscando mais informações e provas para responsabilizar os envolvidos no esquema de corrupção.

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