A palavra final sobre o veto caberá aos parlamentares, uma vez que a proposta teve apoio da maioria no Senado e uma votação simbólica na Câmara. Para tentar manter o veto, o governo está buscando o apoio de governadores, líderes religiosos e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Integrantes do governo planejam buscar o apoio de líderes evangélicos e católicos, acreditando que a temática de ressocialização e família possa sensibilizá-los, já que muitas igrejas possuem trabalho nesse segmento social. Além disso, o governo espera uma oportunidade de aproximação com os evangélicos, considerando a recente queda na popularidade do presidente nesse grupo.
Outra frente de atuação do governo é buscar o apoio dos governadores estaduais, mostrando o potencial de crises e rebeliões nos presídios caso o veto seja derrubado. No entanto, alguns governadores do Sul e Sudeste manifestaram apoio à proposta aprovada no Congresso, o que pode dificultar a articulação do governo para manter o veto.
Lideranças do Congresso Nacional já dão como certa a derrubada do veto, afirmando que não haverá grandes dificuldades para atingir a maioria necessária de votos em cada Casa. De acordo com representantes do centrão, o fim das saídas temporárias dos presos tem apoio da maioria dos parlamentares, principalmente em ano de eleições municipais.
O benefício das saídas temporárias é concedido há quase quatro décadas pela Justiça, e menos de 5% dos detentos que tiveram direito à saída no Natal de 2023 não retornaram aos presídios, segundo apontam especialistas. A decisão sobre a manutenção ou derrubada do veto promete ser um tema de grande debate e articulação nos próximos dias.
