A Avibras é considerada uma das principais empresas do setor de defesa no Brasil, com mais de 60 anos de história. O anúncio da negociação com o grupo australiano levantou questionamentos sobre a soberania nacional e a importância estratégica da empresa para a defesa do país. Sindicalistas como o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Gonçalves, classificaram o negócio como um “crime de lesa-pátria” e clamaram por uma intervenção do governo para manter a empresa sob controle nacional.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também se posicionou contrária à venda, argumentando que a manutenção do capital nacional da Avibras é fundamental para os esforços de reindustrialização do país. Além disso, a CUT expressou preocupação com o passivo trabalhista da empresa, que chega a cerca de R$ 600 milhões.
Especialistas em defesa alertam para os riscos de ampliar a dependência externa do Brasil na aquisição de material bélico, ressaltando que a venda da Avibras para uma empresa estrangeira pode fragilizar a soberania nacional. O pesquisador Eduardo Brick, da Universidade Federal Fluminense, destacou a importância de manter empresas estratégicas de defesa sob controle nacional para garantir a segurança do país.
Até o momento, o governo não se manifestou oficialmente sobre a negociação da Avibras. Enquanto representantes do Executivo argumentam que não há condições fiscais para estatizar a empresa, sindicatos e especialistas continuam defendendo a importância de manter a empresa sob controle nacional. A situação da Avibras permanece em destaque, despertando debates sobre a defesa nacional e a soberania do Brasil.
