Instituto SOS Pantanal renuncia vaga em conselho consultivo por uso da MS-450 para escoamento de carga de eucalipto pela Suzano

Instituto SOS Pantanal renuncia ao conselho consultivo da APA Estrada-Parque Piraputanga

O Instituto SOS Pantanal, renomada organização que atua na conservação do bioma, tomou uma decisão drástica recentemente. A renúncia à vaga que ocupava no conselho consultivo da Área de Preservação Ambiental (APA) Estrada-Parque Piraputanga, localizada em Aquidauana, a 141 km de Campo Grande, foi motivada pela concessão do governo de Mato Grosso do Sul à empresa Suzano para o uso de 11 km da MS-450, rota conhecida como estrada-parque, no transporte de cargas de eucalipto rumo a uma nova fábrica de celulose situada a 237 km de distância, em Ribas do Rio Pardo.

Após a autorização concedida em meados de janeiro, a passagem dos tritens, caminhões com três reboques e capacidade para 74 toneladas cada um, pela MS-450 gerou preocupação no conselho consultivo, que se posicionou contrário à utilização da rodovia, temendo consequências negativas para o meio ambiente e para o turismo local. A MS-450 é uma via turística que interliga diversos distritos e localidades da região, passando por pontos de interesse como os paredões da serra de Maracaju, morros e sítios arqueológicos.

Diante da falta de diálogo e a inércia da empresa em adotar medidas mitigatórias, o Instituto SOS Pantanal optou por renunciar ao cargo no conselho consultivo, alegando descumprimento de regras da licença de instalação e operação do Instituto de Meio Ambiente do governo estadual. A empresa Suzano, por sua vez, afirma manter um diálogo transparente com a comunidade local e órgãos públicos, garantindo que as operações de transporte na MS-450 estão sendo realizadas de maneira controlada.

A controvérsia gerada em torno do uso da estrada-parque para o escoamento de eucalipto destaca a importância do diálogo entre setores privados, órgãos públicos e comunidades locais na busca por soluções sustentáveis que respeitem e preservem o meio ambiente. A renúncia do Instituto SOS Pantanal evidencia a necessidade de se encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental, visando o bem-estar das gerações presentes e futuras.

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