Falta de homologação pelo MEC do parecer do CNE gera preocupação sobre inclusão de estudantes autistas no Brasil.

Na manhã desta segunda-feira (1º), parlamentares, educadores e membros da comunidade autista se reuniram em uma sessão plenária do Senado para debater a inclusão de estudantes com transtorno do espectro autista (TEA) nas atividades escolares. O objetivo principal foi a defesa da homologação do parecer elaborado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) pelo Ministério da Educação, garantindo avanços como a matrícula sem discriminação por deficiência e a inclusão plena dos alunos autistas.

O senador Flávio Arns, um dos responsáveis por conduzir os trabalhos, destacou a importância do evento na conscientização da sociedade em relação ao autismo. Ele ressaltou a necessidade de ampliar o entendimento sobre o tema, combater o preconceito e superar os desafios enfrentados por pessoas com TEA. Arns enfatizou que a luta pela inclusão requer uma dedicação contínua e um compromisso firme com a implementação efetiva das leis já existentes.

Durante a sessão, a deputada estadual Andrea Werner, que é autista no grau 1, compartilhou sua experiência pessoal e familiar com o transtorno. Mãe de um filho autista, Werner defendeu a importância da inclusão escolar com base em evidências científicas e da aplicação do parecer 50 do CNE, que prevê medidas inclusivas como a presença de acompanhantes especializados nas escolas públicas.

Outro ponto discutido durante a sessão foi a capacitação dos profissionais da área de educação para lidar com estudantes autistas. Érica Lemos, especialista em autismo, alertou sobre a necessidade de formação adequada para os educadores, ressaltando que a inclusão só é possível quando os professores estão devidamente preparados para atender às necessidades específicas dos alunos com TEA.

Além disso, os participantes da sessão também levantaram questões relacionadas à saúde, como o diagnóstico tardio na rede pública e a falta de especialistas preparados para diagnosticar e tratar o transtorno do espectro autista. Priscilla Damasceno, servidora do Senado e portadora do transtorno nível 1, enfatizou as dificuldades enfrentadas pela população autista em acessar serviços de saúde adequados.

No final da sessão, o senador Flávio Arns destacou o simbolismo do evento ao ressaltar a presença de crianças e adolescentes autistas na mesa. O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, foi lembrado como uma data importante para sensibilizar a sociedade sobre as questões relacionadas ao TEA.

Em um país com uma estimativa de pelo menos dois milhões de pessoas com TEA, a inclusão e a conscientização sobre o autismo emergem como temas fundamentais que demandam ações concretas e políticas públicas eficazes. A importância da implementação de medidas inclusivas e da capacitação de profissionais para lidar com essa realidade foi reforçada durante a sessão no Senado. Torna-se evidente a necessidade de um olhar mais atento e cuidadoso para garantir os direitos e o bem-estar das pessoas com transtorno do espectro autista em todas as esferas da sociedade.

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