Relatório revela irregularidades em operações policiais na Baixada Santista, com 12 mortos e 2 feridos, suspeitas de execuções sumárias.

Um recente relatório divulgado pela Ouvidoria das Polícias de São Paulo e outros órgãos trouxe à tona evidências alarmantes de irregularidades em operações policiais na Baixada Santista, resultando na morte de 12 pessoas e deixando outras duas feridas. O documento, publicado nesta segunda-feira (25), revelou execuções sumárias de pessoas desarmadas, alterações nas cenas dos crimes e até mesmo omissão de socorro a feridos, além de relatos de ameaças a familiares das vítimas após as mortes.

Os casos investigados no relatório ocorreram entre maio de 2023 e o início deste mês, somando-se a outros seis casos já relatados anteriormente, totalizando, assim, 18 ocorrências em que foram identificadas ilegalidades por parte dos órgãos competentes. Muitas dessas ocorrências aconteceram durante a Operação Verão, desencadeada após mortes de policiais na região e que, até o momento, já resultou em 51 mortes.

Entre os relatos chocantes, destaca-se a ocorrência que resultou em cinco mortos no dia 27 de fevereiro em São Vicente, onde não houve perícia no local e os familiares afirmaram que as vítimas foram baleadas nas costas e seus corpos foram arrastados e jogados em um mangue. As testemunhas afirmam que não houve troca de tiros, contrariando o que foi descrito no boletim de ocorrência, no qual apenas os policiais foram ouvidos.

A divulgação desse relatório gerou mobilização e revolta, levando familiares e amigos das vítimas a se reunirem em um ato na Faculdade de Direito da USP, onde discursaram relatando detalhes das ocorrências. O Ministério Público de São Paulo também foi acionado e prometeu investigar cada caso minuciosamente, tendo recebido imagens completas de apenas seis dos 31 casos de mortes na Operação Verão.

A sociedade cobra respostas e justiça diante dessas graves violações dos direitos humanos, exigindo transparência e responsabilização dos agentes envolvidos nessas operações policiais. A divulgação desse relatório serve como alerta para a necessidade de se repensar as estratégias de segurança pública e garantir que a proteção dos cidadãos seja sempre prioridade nas ações policiais.

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