Vieira também reiterou a posição anteriormente expressa pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acusou Israel de promover uma “punição coletiva” aos palestinos em Gaza, transformando o direito de defesa em “direito de vingança”. As declarações de Lula geraram uma crise diplomática entre Brasil e Israel, com o presidente sendo declarado persona non grata no país.
Durante a audiência, o chanceler brasileiro criticou a atitude da chancelaria israelense em relação ao presidente Lula e ao embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer. Vieira classificou a falta de respeito do governo israelense como uma página que desabona a prática diplomática internacional.
Além disso, Vieira expressou preocupação com a operação militar terrestre israelense em Rafah, cidade na fronteira entre Egito e Israel, que abriga cerca de 1,4 milhão de refugiados, incluindo brasileiros. Segundo o ministro, a comunidade internacional está alarmada com a situação na região.
O chanceler também enfatizou a condenação do Brasil à expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e manifestou preocupação com a crescente violência dos colonos contra os palestinos. Ele ainda denunciou o bloqueio de ajuda humanitária na região, considerando-o uma violação do direito internacional.
Mauro Vieira defendeu a necessidade de ações do Conselho de Segurança da ONU em prol de um cessar-fogo de seis semanas na região, a fim de garantir a segurança e o bem-estar da população palestina em Gaza. Diante da crise humanitária em curso, o Brasil busca manter relações amistosas com Israel, apesar das divergências sobre a situação na Faixa de Gaza.