Esses dados revelam que cerca de 1,93% do total de 1,32 milhão de domicílios nas 13 cidades analisadas estão em áreas de risco. O litoral é especialmente impactado, pois muitos imóveis foram construídos em encostas de montanhas, áreas de alagamento e de erosão costeira. A concentração de pessoas em locais susceptíveis a desastres climáticos tem gerado preocupação, visto que a intensidade e a frequência desses eventos estão aumentando, aumentando também os riscos de catástrofes.
O especialista Rodrigo Lilla Manzione, da Unesp, destaca que a questão não é mais sobre se ocorrerá um desastre, mas sim onde ele ocorrerá. Estima-se que cerca de 75 mil pessoas vivam em áreas de risco apenas no litoral de São Paulo, o que evidencia um grande problema social decorrente do crescimento desordenado e da atração de pessoas para essas áreas turísticas por necessidade de trabalho.
O desafio de lidar com essas situações tem sido evidente, como mostra o caso de São Sebastião, que sofreu com um temporal em 2023 resultando em 64 mortos e mais de 500 pessoas desabrigadas. A prefeitura afirmou estar realizando obras de contenção e realocação de famílias afetadas, porém, as ações governamentais anteriores têm sido criticadas por falta de investimentos em infraestrutura hidráulica.
Apesar das medidas emergenciais adotadas pelas prefeituras e pelo governo do estado, o histórico de falta de investimentos em obras hidráulicas e de prevenção coloca em risco a segurança dos moradores. A inação anterior dos governantes torna urgente a necessidade de investimentos pesados para lidar com eventos climáticos extremos e a realocação de comunidades inteiras em áreas de risco.