De acordo com a Polícia Civil, o linchamento ocorreu após a disseminação de uma falsa acusação de que o jovem teria matado três cães. Um vereador da cidade chegou a compartilhar nas redes sociais um vídeo com fotos de animais que teriam sido mortos a facadas, alegando que o suposto agressor de animais teria confessado os ataques. No entanto, a investigação não encontrou indícios de que animais tenham sido mortos na região.
A mãe de Rafael, Ariceli Santos, conta que o filho costumava enviar uma parte do dinheiro que ganhava como pedreiro em Suzano, para ajudar a família no Recife. No entanto, as conversas entre mãe e filho foram se tornando cada vez mais raras, e preocupações com o comportamento desconexo e assustador de Rafael começaram a surgir. Ele dizia que estava escrevendo letras de rap, afirmava que animais eram “coisa do demônio” e enviava vídeos com falas incoerentes para a mãe.
Rafael foi vítima de um linchamento brutal, agravado pela propagação de notícias falsas e incitação ao crime por parte de autoridades locais. O vídeo compartilhado pelo vereador Marcel da ONG, PTB, foi classificado como um dos gatilhos para o ataque contra o jovem. A Polícia Civil afirma que Marcel da ONG está sendo investigado por espalhar notícias falsas e incitar o linchamento de Rafael.
Após diversas prisões relacionadas ao caso, a família de Rafael conseguiu levar seu corpo de São Paulo para o Recife, onde ele foi enterrado. A mãe, Ariceli Santos, relembra a crueldade do crime e o sofrimento que tem vivido desde então. A investigação policial continua, onde o objetivo é buscar justiça para mais uma vítima da propagação irresponsável de notícias falsas. A morte de Rafael dos Santos Silva é mais um exemplo trágico dos perigos das fake news e da desinformação em nossa sociedade.
