Caixa Econômica Federal assina termo para beneficiar empregados perseguidos durante gestão de Pedro Guimarães

Empregados da Caixa Econômica Federal que foram vítimas de perseguição durante a gestão do ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, terão vantagens em processos seletivos. A instituição assinou um termo de ajuste de conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal.

De acordo com o TAC, o tempo de experiência considerado nos processos seletivos internos (PSI) da Caixa para funções gratificadas e cargos comissionados foi aumentado de cinco para dez anos. Essa medida busca avaliar a experiência acumulada dos empregados que foram remanejados para agências entre 2019 e 2022 depois de perderem cargos de confiança e terem sofrido perseguição.

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) destacou que essa era uma demanda das entidades associativas e dos sindicatos para garantir justiça aos empregados que foram perseguidos pelo ex-presidente do banco. Além disso, ressaltou que a experiência desses trabalhadores é essencial para a Caixa, e o TAC garantirá que essa experiência seja contabilizada no processo de seleção.

O TAC foi assinado após negociações que envolveram a Fenae, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e o Ministério Público do Trabalho. A medida vem em resposta aos casos de perseguição e assédio moral durante a gestão de Pedro Guimarães.

Além de aumentar o prazo de experiência avaliado nos processos seletivos, o TAC também ampliou o período de aproveitamento da experiência do empregado em processos de transferência entre funções comissionadas sem processo seletivo. Essa mudança visa dar mais flexibilidade aos trabalhadores destituídos das funções para realocações e para a retomada da carreira profissional.

Pedro Guimarães tornou-se réu em março do ano passado por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias da Caixa. Além disso, a instituição foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões de indenização por um evento no interior de São Paulo em que Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões em estilo militar.

Em abril do mesmo ano, a Caixa fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal para pagar uma indenização de R$ 10 milhões para encerrar as denúncias das funcionárias. O acordo evitou que a instituição financeira pagasse multa de até R$ 300 milhões, e a Caixa informou que cobraria de Pedro Guimarães, na Justiça, o dinheiro das indenizações.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo