Apesar da redução, o Brasil continua entre os países considerados mais inseguros do mundo, ocupando a 132ª posição no Índice de Paz Global (GPI), em uma lista de 163 nações. Nesse contexto, destaca-se a preocupação com a segurança, que continua sendo uma das principais para a população.
Uma pesquisa do Datafolha revelou que seis em cada dez brasileiros sentem insegurança ao caminhar pelas ruas de suas cidades, com 34% se sentindo muito inseguros após o anoitecer e 26% com um pouco de insegurança. Essa constante preocupação com segurança, segundo especialistas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), pode ter impactos negativos na saúde mental e física.
Além disso, a pesquisa apontou que a percepção da violência pode variar de acordo com gênero e classe social. Por exemplo, 65% das mulheres afirmaram sentir alguma insegurança em suas cidades, em comparação com 53% dos homens. A pesquisa também evidenciou que pessoas mais ricas descrevem maior diferença na percepção de segurança entre suas cidades e seus bairros em comparação com as pessoas mais pobres.
A exposição crônica ao estresse da insegurança urbana pode ter efeitos prejudiciais à saúde, como afirma o psicólogo Christian Haag Kristensen. Além disso, a constante exposição a conteúdos violentos nas redes sociais pode intensificar a sensação de insegurança e impactar negativamente o estado de alerta do corpo.
Diante desse cenário, especialistas recomendam o consumo crítico de informações nas redes sociais, a prática regular de atividades físicas, contato com a natureza e interações sociais saudáveis como formas de mitigar os efeitos negativos da sensação de insegurança. Além disso, a busca por ajuda médica e aconselhamento psicológico em casos mais graves é essencial.
Portanto, a questão da insegurança urbana no Brasil não se restringe apenas aos números, mas também a seus impactos na saúde e bem-estar da população. No entanto, é importante ressaltar a necessidade de soluções coletivas, especialmente em regiões de maior vulnerabilidade social, buscando promover interações mais positivas e um maior apoio social dentro das comunidades.