Lula afirma que desintrusão do garimpo na Terra Indígena Yanomami é questão de Estado e promete utilizar toda a máquina pública.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), se pronunciou nesta terça-feira (9) acerca da questão do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Lula destacou a importância de tratar a desintrusão do garimpo como uma questão de Estado, afirmando o compromisso de utilizar todos os recursos possíveis para expulsar os invasores do território indígena.

Desde o início de 2023, o governo federal vem promovendo uma operação para combater o garimpo ilegal na região, porém, até o momento, a atividade ainda persiste. Lula ressaltou a necessidade de utilizar todo o poder da máquina pública para vencer essa batalha contra o garimpo ilegal, que, de acordo com o presidente, desrespeita a lei e representa um desafio para as autoridades.

A fala de Lula ocorreu em uma reunião que não foi aberta para a imprensa, porém, o discurso do presidente foi posteriormente divulgado pela Secom para os jornalistas. O presidente destacou a importância da questão indígena, especialmente no que diz respeito à saúde e condições de vida dos povos Yanomami.

O governo federal iniciou a operação de desintrusão da Terra Indígena Yanomami em janeiro de 2023, após a visita de Lula ao local e a decretação de emergência sanitária na região. Relatórios do Ministério da Saúde identificaram quadros graves de desnutrição entre os Yanomami, atribuídos em parte à contaminação por mercúrio, decorrente do garimpo ilegal na região.

Além disso, a precariedade dos postos de saúde indígena, deixada pelo governo anterior, foi exposta pela imprensa, evidenciando a urgência da situação e a necessidade de intervenção por parte do Estado. A obrigação de expulsar os invasores e garimpeiros ilegais do território foi determinada pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, durante o governo anterior, porém, a ordem não foi cumprida.

Diversos órgãos, como a Polícia Federal, Ibama, Funai e Forças Armadas, têm atuado para a expulsão dos invasores do território. A desintrusão dos garimpeiros deveria ter sido concluída em 180 dias, mas, diante da ineficácia das ações, Barroso determinou que o Executivo apresente uma nova estratégia.

O Ministério dos Povos Indígenas informou que está trabalhando em um novo plano, com uma lista de dez territórios prioritários para a desintrusão do garimpo, incluindo aqueles onde a atividade ilegal cercou as aldeias. O governo de Lula enfrenta o desafio de buscar soluções efetivas para a questão do garimpo ilegal em territórios indígenas, visando garantir a proteção dos povos Yanomami e a preservação do meio ambiente.

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