Emmanuel Macron nomeia ministro da Educação como novo primeiro-ministro para tentar impulsionar seu segundo mandato antes das eleições europeias.

Emmanuel Macron surpreendeu a França ao nomear o ministro da Educação, Gabriel Attal, de 34 anos, como seu novo primeiro-ministro, nesta terça-feira (9). A decisão de Macron ocorre em um momento crucial, no qual o presidente francês busca fortalecer seu segundo mandato antes das eleições para o Parlamento Europeu. A mudança no gabinete não necessariamente resultará em mudanças políticas importantes, mas sinaliza o desejo de Macron de tentar superar as impopulares reformas da previdência e de imigração do ano passado, com o intuito de melhorar as chances de seu partido de centro na votação da União Europeia em junho.

De acordo com pesquisas de opinião, a ala de Macron está atrás do partido da líder de extrema-direita Marine Le Pen por oito a dez pontos percentuais. A nomeação de Attal, um aliado próximo de Macron que ganhou destaque como porta-voz do governo durante a pandemia da covid-19, representa uma tentativa do presidente de revigorar sua administração.

Attal, um dos políticos mais populares do país, tem sido elogiado por sua atuação ativa, além de ser confortável em programas de rádio e no Parlamento. Macron expressou sua confiança em Attal, afirmando que conta com a energia e o empenho do novo primeiro-ministro para implementar a revitalização anunciada.

Um fato relevante é que Attal se torna o primeiro-ministro mais jovem da França e o primeiro abertamente gay a ocupar o cargo. O deputado Patrick Vignal comparou o novo primeiro-ministro a Macron em 2017, época em que o atual presidente assumiu o cargo como o líder mais jovem da história moderna da França, sendo uma figura popular entre os eleitores. Vignal, membro do partido Renascimento de Macron, enfatizou que Attal é claro e possui autoridade.

No entanto, Macron enfrenta desafios para lidar com um Parlamento turbulento desde que perdeu a maioria absoluta logo após ser reeleito em 2022. A nomeação de Attal é vista como uma tentativa de reverter essa situação, trazendo um novo fôlego ao governo, conforme destacou Jean-Daniel Levy, pesquisador da Harris Interactive. Por outro lado, líderes da oposição expressaram ceticismo em relação à mudança no primeiro-ministro, ressaltando que Macron continua sendo o principal tomador de decisões.

O líder do Partido Socialista, Olivier Faure, declarou que não espera muitas mudanças com a troca de primeiro-ministro, afirmando que as políticas seguirão sendo as mesmas. A nomeação de Attal pode representar uma virada importante no governo de Macron, mas a expectativa é de que o presidente mantenha sua influência e controle sobre as decisões políticas.

Essa mudança no gabinete de Macron vem em meio a um cenário político desafiador e abre espaço para especulações sobre os rumos que o presidente francês pretende tomar em seu segundo mandato. É certo que Gabriel Attal terá um papel fundamental na condução das políticas do governo, mas a verdadeira questão é até que ponto ele terá autonomia diante da influência de Macron.

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