Candidata do Enem enfrenta desafio de percorrer 33 km para fazer a prova em universidade distante de sua casa

No último domingo (5), Sofia Martin, uma candidata de 18 anos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), passou por uma situação inusitada ao descobrir o local onde faria sua prova. No ano anterior, a jovem havia feito o exame em uma escola próxima de sua casa, em Santana, zona norte de São Paulo. Porém, neste ano, ela foi alocada em uma universidade a 33 quilômetros de sua residência, o que significaria um tempo de deslocamento de aproximadamente uma hora e 15 minutos de carro.

Essa distância preocupou a mãe de Sofia, mas seus amigos brincaram com a situação, dizendo que a candidata chegaria atrasada correndo na televisão. No entanto, Sofia não foi a única a passar por essa adversidade. Cerca de 50 mil candidatos, correspondendo a 1% dos inscritos, também foram afetados por esse erro na alocação dos locais de prova.

Para resolver esse impasse, o governo federal, liderado pelo presidente Lula (PT), anunciou que os candidatos prejudicados por essa falha poderão fazer a prova em uma data alternativa, no mês de dezembro. Contudo, Sofia optou por realizar o exame no domingo (5) mesmo. Ela trabalha como assistente de marketing e temia ter problemas no trabalho caso remarcasse a prova. Além disso, Sofia acreditava que seria melhor enfrentar a ansiedade e realizar a prova de uma vez, já que seu objetivo é estudar design gráfico e conseguir uma bolsa de estudos em alguma universidade.

A reportagem acompanhou a trajetória de Sofia no domingo, que teve início às 9h30 e durou duas horas. Se ela tivesse utilizado um carro de aplicativo, teria que gastar cerca de R$70 e levaria um pouco mais de uma hora até o local da prova. Por isso, a opção mais viável para ela foi utilizar o metrô, já que o governo estadual e a Prefeitura de São Paulo garantiram a gratuidade do transporte público no dia do exame. Sofia mora próxima à estação Jardim de São Paulo e utilizou a linha 1-azul até a estação Largo Treze, da linha 5-lilás. Em seguida, ela pegou um ônibus que a deixou próxima à universidade.

No ano passado, Sofia fez o Enem enquanto estava focada no trabalho de conclusão do ensino médio técnico, o que limitou seu tempo de estudo para a prova. No entanto, ela afirma que está mais preparada desta vez e que compreende melhor as técnicas necessárias para obter uma boa nota. A candidata considera que está mais tranquila para o primeiro dia do exame, mas está curiosa sobre o tema da redação, especulando possibilidades, como feminicídio e arquitetura hostil.

Na véspera da prova, o presidente Lula postou um vídeo mostrando uma jaca no Palácio da Alvorada e desejando boa sorte aos candidatos. Essa postagem levantou suspeitas de que o tema da redação estaria relacionado à arquitetura, e Sofia foi uma das estudantes que correu para se informar sobre o assunto, a fim de ter embasamento para a escrita. Ela também especulou sobre a possibilidade do tema estar relacionado à mobilidade urbana, brincando que, nesse caso, poderia escrever sobre sua experiência indo fazer o Enem.

Em resumo, Sofia Martin e outros 50 mil candidatos foram alocados em locais de prova distantes de suas casas no Enem deste ano. O governo federal ofereceu a opção de fazer a prova em dezembro, mas Sofia decidiu realizar o exame no domingo (5) mesmo. A candidata enfrentou um percurso de duas horas de metrô e ônibus para chegar ao local da prova, próxima de uma universidade. Agora, ela espera que o tema da redação esteja relacionado a arquitetura ou mobilidade urbana, e está confiante em seu desempenho.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo