Belo Horizonte: Vereadores travam batalha pela presidência da Câmara em movimentação política visando eleições de 2024

A Câmara Municipal de Belo Horizonte tem sido palco de uma batalha pelo comando da Casa, com vista para as eleições de 2024. O embate envolve a participação de um secretário do governo de Romeu Zema, do partido Novo. A contenda chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), com Juliano Lopes, vice-presidente da Câmara, tentando destituir Gabriel Azevedo, presidente do Legislativo, do cargo.

Juliano Lopes faz parte do grupo político do secretário Marcelo Aro, da Casa Civil, que é próximo ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman. Este último espera concorrer à eleição de 2024. Gabriel Azevedo, que também é pré-candidato, tem uma relação conturbada com o prefeito. Os dois chegaram a trocar farpas nas redes sociais por divergências em relação a ajustes em um projeto de lei que visava reduzir o preço da passagem de ônibus na capital.

A ação de Juliano Lopes no STF foi um recurso contra a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais em um processo de cassação de mandato enfrentado por Gabriel Azevedo. A decisão do tribunal manteve o presidente no cargo enquanto o processo de cassação tramita. Lopes pretendia derrubar essa decisão, mas na quinta-feira (19), o relator do caso, Dias Toffoli, negou o pedido.

O pedido de cassação de Azevedo foi feito por Nely Aquino, ex-vereadora e ex-presidente da Casa, também aliada de Marcelo Aro. Ela foi eleita deputada federal no ano passado. A denúncia contra o presidente da Câmara é baseada em suspeitas de quebra de decoro e abuso de autoridade, mencionando agressões verbais contra vereadores e a gravação de conversa com outro parlamentar sem autorização.

A maioria dos vereadores, 26 de um total de 41, concordou com o pedido de cassação, que ainda está em andamento, com prazo de 90 dias. O processo atualmente está na fase de depoimento de testemunhas.

A reportagem tentou entrar em contato com Gabriel Azevedo para uma entrevista sobre a disputa na Câmara e o pedido de cassação, mas sua assessoria de imprensa enviou uma nota afirmando que o vereador reconhece a legitimidade da comissão processante responsável pela análise do pedido de cassação e aguarda o momento certo para apresentar sua defesa.

Também foi feito contato com Juliano Lopes e o escritório de advocacia responsável pela ação no STF, mas não houve retorno.

O prefeito de Belo Horizonte preferiu não comentar a disputa na Câmara nem a possível influência de Marcelo Aro na gestão municipal e sobre parte dos vereadores. Já o secretário afirmou que o presidente da Câmara perdeu a capacidade de liderar devido à quebra de confiança dos vereadores. Ele acusou Azevedo de gravar conversas privadas, atropelar o regimento interno e atrasar votações importantes. Aro argumentou que esses são motivos mais do que suficientes para a cassação de Gabriel Azevedo.

A assessoria do presidente da Casa afirma que neste ano já foram aprovados mais projetos do que no ano passado e que Azevedo mantém uma boa relação com alguns vereadores. Aro, por sua vez, declarou que é secretário de Estado do governo de Minas e que tem muito trabalho a fazer. Ele mantém uma relação positiva com alguns vereadores de Belo Horizonte e está disposto a ajudar o prefeito, seja propondo projetos, solucionando problemas ou sugerindo pessoas que possam contribuir com a cidade.

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