Ministério Público Federal pede prisão de agentes da PRF envolvidos na morte de criança de 3 anos no Rio.

Nesta sexta-feira (15), o Ministério Público Federal fez um pedido de prisão para os três agentes da Polícia Rodoviária Federal envolvidos no episódio que resultou na morte de Heloisa dos Santos Silva, uma menina de apenas 3 anos. A criança foi baleada na nuca e no ombro durante uma ação da PRF, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e veio a óbito neste sábado (16) após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

O procurador Eduardo Benones afirmou que existe evidências concretas que apontam para uma tentativa de homicídio, embora o pedido de prisão tenha sido feito antes do falecimento da criança. Ele ressaltou a preocupação com a integridade das vítimas e expressou que a liberdade dos agentes pode prejudicar as investigações.

Caso o pedido de prisão não seja aceito, o MPF recomendou a adoção de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição dos agentes se aproximarem das vítimas. A Justiça Federal ainda não se pronunciou sobre o pedido.

Além disso, foi solicitada uma nova perícia nas armas utilizadas pelos agentes e no veículo da família. O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Corregedoria-Geral da PRF estão investigando o caso.

De acordo com os relatos dos parentes e testemunhas, uma viatura da PRF começou a seguir o carro onde a menina estava, na altura de Seropédica, na Baixada. Os agentes abriram fogo após o pai da criança, William Silva, dar sinal de parada. No veículo, além de Heloisa, estavam seus pais, uma irmã de 8 anos e uma tia.

A equipe médica que atendeu a menina informou que ela tinha vários orifícios de entrada por perfuração de arma de fogo. Dois tiros a atingiram, um no ombro e outro na nuca. A quantidade exata de disparos só será confirmada após a realização da perícia.

Os três policiais envolvidos no caso foram afastados de suas funções e a arma supostamente usada no disparo foi apreendida. O procurador responsável pelas investigações solicitou o recolhimento do restante do arsenal para análise da PF.

Em seu depoimento à Polícia Civil, o agente Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter atirado no carro onde estava a menina. Ele alegou ter ouvido barulhos de tiro e, por isso, efetuou os disparos. Porém, essa versão não coincide com o relato do pai de Heloisa e de uma testemunha, que afirmaram não terem ouvido nenhum tiro antes dos disparos do policial.

A responsável pela área dos direitos humanos da PRF, Liamara Cararo Pires, afirmou que a morte de Heloisa vai contra as diretrizes da corporação. Além disso, o Ministério Público Federal e a Corregedoria estão investigando por que um agente da PRF entrou à paisana na UTI onde a criança estava internada, sem autorização e sem se identificar.

O pai de Heloisa conversou com o policial, mas afirmou que foi uma conversa normal e que não achou estranho. Segundo a PRF, até o momento, foi apurado que o agente foi ao local por conta própria, sem que houvesse pedido, orientação ou comunicação para sua presença.

O caso continua sendo investigado e aguarda-se o posicionamento da Justiça Federal sobre o pedido de prisão dos agentes envolvidos. A comoção pela morte de Heloisa é grande e a sociedade espera por justiça.

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