Senado aprova projeto que amplia cotas raciais em concursos públicos para 30% das vagas, incluindo indígenas e quilombolas. Sentença segue para análise na Câmara.

Na última quarta-feira (8), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, por 17 votos a favor contra oito, o turno suplementar do Projeto de Lei 1.958, de 2021. Este projeto visa prorrogar por mais 10 anos a política de cotas raciais para concursos públicos e processos seletivos na administração pública federal, direta e indireta, incluindo fundações privadas e autarquias.

A proposta, que aumenta de 20% para 30% o total de vagas reservadas para cotas raciais, agora seguirá diretamente para a análise da Câmara dos Deputados, uma vez que tramita em caráter terminativo. A apreciação no plenário do Senado só será necessária se nove senadores apresentarem um recurso contra a matéria em até cinco dias úteis.

O relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), rejeitou as quatro emendas propostas por colegas que se mostraram contrários à proposta. Ele argumentou que as emendas prejudicavam a política de cotas raciais, conforme estabelecido no projeto original. Além disso, a CCJ rejeitou todos os destaques apresentados pelos senadores que discordavam da matéria, mantendo o texto do relator.

Uma das mudanças aceitas foi a substituição da palavra “negro” por “preto e pardo”, após argumentação do senador Plínio Valério. Segundo ele, pardo não é o mesmo que negro, e a alteração foi necessária para evitar possíveis problemas de discriminação. Humberto Costa reforçou que a definição de negros é feita com base na autodeclaração de pretos e pardos, conforme definido pelo IBGE.

Apesar da aprovação na CCJ, houve oposição de alguns senadores, que defendem que as cotas deveriam ser baseadas apenas em critérios sociais, como nível de renda, e não na raça. No entanto, outros argumentam que a política de cotas raciais é necessária devido aos preconceitos e discriminações enfrentados pela população negra. A discussão sobre a matéria continuará na Câmara dos Deputados, onde será analisada mais a fundo.

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