A disputa entre ‘primeiras-damas’ alterou trajetória do PCC, que faz aniversário de 30 anos. Novo rumo da organização é definido.

Uma partida de futebol realizada há 30 anos em um presídio no interior paulista foi o ponto de partida para a criação de uma das maiores facções criminosas do mundo: o Primeiro Comando da Capital (PCC). Apesar de não ter participado diretamente do jogo e não ser um dos fundadores, Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, é apontado como o responsável pela criação e mudança de perfil do grupo.

Naquela época, o discurso do PCC era de combater a opressão dentro do sistema prisional de São Paulo. No entanto, ao longo dos anos, a facção se transformou em uma organização especializada no tráfico internacional de drogas e com um faturamento bilionário com a venda de cocaína. Atualmente, estima-se que o PCC tenha cerca de 40 mil membros.

O PCC mostrou seu poder pela primeira vez em 2001, quando os presos de 29 penitenciárias paulistas iniciaram uma grande rebelião, resultando na morte de pelo menos cinco detentos. Mas foi em 2006 que a facção causou um grande impacto ao atacar as forças de segurança em represália à transferência de presos para uma penitenciária no interior do estado, resultando na morte de 59 agentes públicos.

A mudança de perfil da facção teve início após o assassinato da advogada Ana Maria Olivatto, ex-mulher de Marcola, em 2002. Esse crime teria sido ordenado por Aurinete Carlos Félix da Silva, conhecida como Netinha, mulher de César Augusto Roriz da Silva, também conhecido como Cesinha. Acredita-se que Netinha tenha ordenado a morte de Ana por medo de que ela revelasse informações para Cesinha.

No mundo do crime, as mulheres tiveram um papel importante na fase inicial do PCC, principalmente na comunicação entre os membros da facção. Elas também estavam envolvidas em atividades criminosas, como a tentativa de explosão da Bolsa de Valores de São Paulo em 2008, supostamente organizada por Petronilha Maria de Carvalho Felício, mulher de José Márcio Felício, conhecido como Geleião.

Marcola se tornou o principal nome do PCC após o assassinato de sua ex-mulher, assumindo a liderança da facção ao lado de outros comparsas. O grupo passou a se dedicar ao tráfico de drogas, se tornando o principal fornecedor de cocaína na Europa Ocidental. O PCC domina os países produtores de coca na América do Sul, o que contribui para sua influência no mercado internacional de drogas.

Apesar de todas as informações disponíveis sobre o PCC, Marcola nega veementemente qualquer envolvimento com a organização criminosa. O advogado do líder da facção afirma que todas as condenações criminais estão sendo contestadas perante a Justiça.

Ao longo de seus 30 anos de existência, o PCC passou por diversas mudanças e se consolidou como uma das maiores e mais influentes facções criminosas do mundo. Sua atuação vai além das fronteiras brasileiras, alcançando diversos países. O impacto do PCC no cenário do crime internacional é inegável e sua história continua a ser acompanhada de perto pelas autoridades.

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