Governo de SP oferece terapia para mães dependentes químicas junto a seus filhos recém-nascidos.

Mulheres dependentes químicas com filhos de até dois anos estão recebendo acolhimento terapêutico em comunidades do Governo de São Paulo. Em um relato emocionante, Amanda Bezerra, de 30 anos, compartilhou sua experiência de estar concluindo o tratamento contra a dependência química ao lado de seu filho de oito meses, Sílvio. “É maravilhoso voltar a viver em sociedade, a andar com a cabeça erguida, poder ir ao médico e ter assistência. E tudo isso estando com meu filho ao lado. Não tem preço”, afirma Amanda.

Amanda, que é natural de Carapicuíba, na Grande São Paulo, estava morando em Ibiúna, região de Sorocaba, quando decidiu parar de usar drogas durante o oitavo mês de gestação de seu filho. Porém, após dois meses do nascimento, ela foi despejada e ficou em situação de rua. No entanto, antes disso, ela já estava em tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Nos primeiros dois meses de tratamento, Sílvio ficou em um abrigo. Porém, após uma avaliação das assistentes sociais e de um juiz sobre a comunidade terapêutica onde Amanda está, foi autorizado que o bebê ficasse com sua mãe. “Tem muitas mães que não sabem que podem ficar com a criança. No meu caso foi assim, ele ficou num abrigo no começo porque eu não sabia que ele poderia vir”, ressalta Amanda.

Ela destaca que a presença do filho durante o tratamento tem sido fundamental para aliviar as tensões e inseguranças que a dependência química pode gerar. Amanda enxerga uma perspectiva de melhora para sua vida e acredita que pode ajudar outras pessoas que enfrentam o mesmo problema. “Assim como tive ajuda, quero poder ajudar outras pessoas. Porque é muito sofrido, são noites sem dormir, passando fome e frio. Eu acho o apoio do governo muito importante”, diz.

Amanda já planeja seu futuro, deseja terminar um curso de terapeuta e buscar uma formação como educadora, especificamente na área de assistência social. Ela acredita que pode ajudar mais pessoas com esse problema.

O Governo de São Paulo inaugurou neste ano o projeto Espaço Prevenir, que oferece acolhimento psicoemocional e auxílio a familiares de dependentes químicos e ex-dependentes. As primeiras unidades foram inauguradas em São José dos Campos e São José do Rio Preto, e em breve serão inauguradas unidades em Ribeirão Preto e São Paulo. O Espaço Prevenir também oferece apoio e acompanhamento psicossocial para os filhos adolescentes dos acolhidos.

Eliana Borges, coordenadora de Políticas sobre Drogas da Secretaria de Desenvolvimento Social, ressalta a importância de romper o ciclo da dependência química para que os filhos não se tornem dependentes no futuro. O Espaço Prevenir também realiza ações preventivas contra o uso de drogas.

A história de Amanda é apenas um exemplo de como o cuidado com a saúde mental e o acolhimento são fundamentais para auxiliar no processo de recuperação de dependentes químicos.

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