O recente jantar em celebração aos 44 anos do partido foi um claro reflexo dessa preocupante deriva. Com preços de convites que variavam de R$ 300 a exorbitantes R$ 20.000, muitos camaradas foram excluídos, criando uma divisão simbólica entre aqueles que supostamente representam o partido e aqueles que verdadeiramente o sustentaram ao longo dos anos. A separação de áreas no evento, impedindo a circulação de alguns participantes, foi um golpe doloroso, evidenciando uma elite distante das bases populares que o PT prometia defender.
O que aconteceu com o partido das massas que elegeu um operário para a presidência? O PT parece estar imitando práticas da elite e da direita, abandonando suas origens e valores. A elitização não se resume apenas a eventos como o jantar inacessível, mas permeia as estruturas de poder do governo, com uma elite branca ocupando cargos de destaque e esquecendo lideranças fundamentais.
Mulheres, LGBT+, negros, pessoas com deficiência – são frequentemente deixados de lado em momentos de crise, enquanto a elite se acomoda em seus gabinetes. A ausência de lideranças importantes no jantar apenas reforça o distanciamento das bases populares, que eram o coração do partido.
Diante desse deslumbramento e soberba, é crucial retomar o diálogo com o povo e reafirmar o compromisso com a justiça social e a igualdade. A reprovação de Lula atingindo 33%, quase empatando com sua aprovação em 35%, mostra a urgência de voltar às raízes e reconectar-se com a realidade do povo, sob o risco de ver a direita retornar ao poder e destruir anos de lutas por uma sociedade mais justa. É hora de refletir, de reconstruir e de reafirmar o compromisso com as bases populares que um dia nos fizeram acreditar no sonho de um Brasil melhor.
