Produtos “in natura” têm comportamento mais moderado após efeito crítico do El Niño, indica pesquisa da Fipe.

Após o período mais crítico do El Niño, os produtos “in natura” que vinham impactando os consumidores agora apresentam um comportamento mais moderado, de acordo com os dados divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Os alimentos ainda mantêm uma tendência de alta, porém com a menor taxa de evolução dos últimos seis meses.

O arroz, por exemplo, registrou a primeira queda de preços para o consumidor após sete meses em ascensão, com a colheita avançando sobre um terço da área semeada. Já o feijão acumula uma alta de 16% no primeiro trimestre deste ano, após ter dado uma trégua no segundo semestre de 2022.

No grupo dos alimentos “in natura”, que inclui frutas, legumes, verduras, ovos e tubérculos, as verduras apresentaram uma taxa negativa pela primeira vez desde outubro do ano passado. As frutas, por sua vez, mantêm altas consecutivas há nove meses, impactadas pela correção dos preços de banana, mamão, melão e laranja.

O pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), João Paulo Bernardes Deleo, aponta que o consumidor começará a sentir uma melhora nos preços, especialmente em verduras e legumes, com uma tendência de queda a partir dos próximos meses. Ainda segundo Deleo, a safra de inverno poderá trazer maiores quedas de preços a partir de julho, beneficiando o consumidor até outubro.

Porém, as frutas apresentam um cenário diferenciado, com uma oferta menor no primeiro semestre em decorrência do El Niño, que tem impactado o ciclo de desenvolvimento das plantas. A pressão nos preços de alimentos, de forma geral, está mais branda neste mês, com apenas cinco produtos responsáveis por mais da metade da taxa de inflação.

No setor de carnes, a Conab estima uma produção recorde para este ano, com 31 milhões de toneladas de carnes (bovina, suína e de frango). Destas, 10 milhões de toneladas serão exportadas, ficando 21 milhões no mercado interno. A maior produção será de carne de frango, seguida pela carne bovina e de suínos. O país também terá uma produção de 41,1 bilhões de ovos, com uma média de 200 unidades por pessoa.

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