Operação da PF contra Carlos Bolsonaro envolve momento de tensão, falta de sinal em alto mar e helicópteros sobrevoando Mambucaba.

A operação da Polícia Federal contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) teve momentos de tensão e inusitados relatos. Segundo aliados do político, o passeio de barco combinado na véspera teve falta de sinal de telefone em alto mar e helicópteros sobrevoando Mambucaba, distrito de Angra dos Reis, na divisa com Paraty.

O passeio de barco, realizado no final de semana, contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dirigentes do partido, que estavam em Angra para acompanhar o lançamento da pré-candidatura de Renato Araújo. O clã Bolsonaro iniciou o dia cedo, por volta das 5h50, com Bolsonaro saindo para pescar com um barco e um jet ski, acompanhado de Carlos, Flávio (PL-RJ), do deputado Coronel Zucco (PL-RS) e de Araújo, juntamente com os seguranças presidenciais.

Enquanto o grupo pescava em alto-mar e sem sinal, somente por volta das 9h40 receberam ligação do assessor Fabio Wajngarten, informando sobre a operação. Nesse momento, a PF já estava na casa de Bolsonaro em Angra, causando tensão no local. Os filhos do presidente se queixaram da operação, alegando ilegalidade e desproporcionalidade, incluindo a ação dos helicópteros e a presença de uma aglomeração na frente da casa do ex-presidente para apoiá-lo.

Durante a operação, os policiais revistaram os cômodos da residência e pretendiam levar os celulares de todos os presentes, incluindo o do ex-presidente. Posteriormente, a PF se convenceu em levar apenas dois celulares e um computador do vereador, além de outros itens, como notebooks, tablets e anotações usadas por Bolsonaro.

A operação gerou irritação e alegações de ilegalidades por parte dos bolsonaristas, que apontaram a tentativa de levar celulares dos parlamentares e do ex-presidente. Eles ressaltam que a ação faz parte de uma perseguição político-eleitoral em curso, com vistas ao pleito municipal de outubro. Já Bolsonaro afirmou que a intenção da operação é “esculachar” com ele e sua família, e que estão tentando encontrar algo para envolvê-lo em algum crime.

A defesa do assessor Tércio Arnaud encaminhou uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, pedindo a imediata devolução dos itens apreendidos, argumentando que a operação extrapola os limites da legalidade. Em nota, a defesa de Bolsonaro classificou a operação como uma “desastrosa e indevida fishing expedition, subvertendo a lógica das garantias constitucionais”.

A operação da PF contra Carlos Bolsonaro evidencia o clima de tensão e conflito político que permeia o cenário atual, com acusações de perseguição e atos ilegais por parte dos aliados do ex-presidente. Este desdobramento certamente terá desdobramentos nos próximos dias e continuará a ser pauta de intensos debates e polêmicas na esfera política nacional.

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