Exportações de petróleo da Venezuela aos EUA são retomadas e levantam dúvidas sobre arrecadação do país.

O impacto das medidas do ex-presidente norte-americano Donald Trump na economia venezuelana foi significativo, afetando diretamente a arrecadação e as atividades da PDVSA, a estatal petroleira do país. Entre 2014 e 2022, a Venezuela sofreu uma queda impressionante de 98% na arrecadação de divisas, sendo que a queda mais acentuada ocorreu entre 2019 e 2020, quando as sanções petroleiras entraram em vigor.

Um dos reflexos dessas sanções foi a interrupção total das exportações de petróleo venezuelano para os Estados Unidos, que historicamente era o maior cliente dos barris venezuelanos. Conforme dados da Administração de Informação de Energia dos EUA, os últimos carregamentos de petróleo da Venezuela para os EUA ocorreram em junho de 2019, totalizando apenas 7 mil barris.

No entanto, os números mais recentes indicam que as importações de petróleo venezuelano pelos Estados Unidos foram retomadas em 2023. Entre janeiro e junho desse ano, quase 20 milhões de barris foram importados pelos EUA. Coincidentemente, essa retomada das importações coincide com o retorno da Chevron ao país, que voltou a operar nas instalações compartilhadas que possui com a PDVSA. Essas instalações têm uma capacidade diária de produção de 200 mil barris de petróleo.

No entanto, desde o retorno da Chevron ao país, os novos termos do acordo de associação entre a empresa e a PDVSA não foram divulgados. A falta de transparência em relação à arrecadação do Estado nas instalações compartilhadas gera dúvidas sobre como os valores serão distribuídos e se o retorno da empresa terá um impacto positivo nas finanças do país. Isso porque a licença emitida pelos Estados Unidos permite apenas que as operações sejam retomadas, mas não autoriza o pagamento direto de royalties e impostos por parte da Chevron ao governo venezuelano.

Dessa forma, a retomada das importações de petróleo venezuelano pelos EUA e o retorno da Chevron ao país trazem alívio para a economia venezuelana, mas ainda deixam incertezas sobre como essa parceria irá beneficiar financeiramente o Estado e se a arrecadação será efetivamente retomada. É necessário aguardar mais informações para avaliar o impacto real dessas mudanças na economia do país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo