Desi Bouterse ascendeu ao poder aos 34 anos como sargento-mor do Exército. Após pressão internacional, ele deixou o cargo em 1987, mas conseguiu retornar ao poder em 1990, após um segundo golpe, sem derramamento de sangue. Ele deixou o cargo um ano depois e, posteriormente, foi eleito presidente em 2010, governando até 2020.
O julgamento contra Bouterse iniciou-se em 2007 e durou 12 anos até sua condenação à revelia em 2019. No entanto, o ex-presidente conseguiu fazer com que a justiça reconsiderasse o caso em janeiro de 2020. Um ano depois, a sentença foi ratificada.
Em dezembro passado, a decisão final foi emitida, representando a última chance de apelação. Apesar disso, ainda é possível solicitar um indulto presidencial, embora, de acordo com o Ministério Público, Bouterse tenha descartado essa opção. O Ministério da Justiça informou que está construindo uma cela de detenção isolada para Bouterse, localizada no complexo do Hospital Militar do Suriname, a cerca de 10 minutos do centro da capital. As instalações também estão em frente a um hospital, caso o ex-presidente necessite de tratamento médico imediato.
Esta polêmica vem causando grande impacto na mídia internacional e tem provocado debates acalorados entre os habitantes de Suriname. A discussão sobre a atitude do Parlamento em conceder a “anistia” a Bouterse em 2012 ressurgiu e está sendo amplamente debatida em diferentes círculos políticos e sociais do país. Este é um acontecimento que sem dúvida terá desdobramentos importantes nos próximos meses.