Bolsonaro defende envio de mensagem a Meyer: “Qual o problema?”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento sobre uma mensagem enviada por ele ao empresário Meyer Nigri, contendo fake news que atacavam o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Justiça Eleitoral. A investigação da PF aponta que Bolsonaro confirmou ter enviado a mensagem com fake news.

A mensagem foi enviada em junho de 2022 e aparece em um relatório da Polícia Federal, que investiga a quebra de sigilos de empresários bolsonaristas com teor golpista. Dos 8 empresários investigados, dois continuam respondendo a inquéritos, Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e Luciano Hang, dono da Havan.

No celular de Nigri, a PF encontrou uma conversa com um número de telefone salvo como “PR Bolsonaro 8”, que enviou ao empresário mensagens com conteúdo falso, atacando os ministros do STF, destacando o ministro Luís Roberto Barroso, desacreditando o processo eleitoral brasileiro e o instituto de pesquisa Datafolha, sem apresentar provas. Ao final da mensagem, foi indicado “Repasse ao máximo”. Em resposta, o empresário afirmou ter enviado para vários grupos.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Bolsonaro argumentou que não há problema em ter enviado a mensagem para Nigri, pois o ministro Barroso havia falado no exterior. O ex-presidente também afirmou ser defensor do voto impresso e completou que não participava do grupo dos empresários, mas que compareceria ao depoimento para dar explicações.

Apesar de a Polícia Federal não confirmar que o número seja efetivamente de Bolsonaro, foi apurado que o mesmo contato está salvo no telefone do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, como “PR Bolsonaro ago/21”.

Diante desses casos, a Polícia Federal convocou Bolsonaro para depor no dia 31 de agosto. Essa será a quinta vez que o ex-presidente será ouvido pela PF, em diferentes investigações abertas contra ele.

Além de Bolsonaro, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro e o advogado Frederick Wassef também serão ouvidos pela Polícia Federal no dia 31. Outros nomes convocados foram Fábio Wajngarten, advogado de Bolsonaro, Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro César Lourena Cid, pai de Cid e general da reserva que foi colega de Bolsonaro na Aman, e Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.

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