Segundo a denúncia do Ministério Público, Ari Uru-Eu-Wau-Wau teria ido ao bar do comerciante na noite de 17 de abril de 2020, onde Silva teria oferecido bebida ao líder indígena antes do assassinato. Testemunhas relataram que o comerciante havia anunciado sua intenção de matar Ari, pois estava insatisfeito com seu comportamento após consumir bebida alcoólica.
A defesa do homem condenado argumentou que não havia provas suficientes que comprovassem sua autoria no crime, contestando assim a decisão do júri. No entanto, a denúncia sustenta que Ari Uru-Eu-Wau-Wau foi morto sem a possibilidade de defesa, devido ao seu estado de embriaguez quando foi atacado, espancado e arrastado.
O líder indígena assassinado era parte de um grupo de vigilância responsável por fiscalizar e denunciar invasões à Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia. A área, que possui 1,8 milhão de hectares, representa um dos últimos grandes remanescentes de floresta no estado.
Após a condenação, a indigenista e ativista Neidinha Suruí expressou sua satisfação com o veredito, ressaltando a importância de responsabilizar não apenas o executor do crime, mas também aqueles que auxiliaram na ação criminosa. Antes do julgamento, Txai Suruí, coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental-Kanindé, pediu o fim da violência contra os guardiões da floresta, enfatizando a necessidade de proteger os líderes e defensores indígenas no Brasil.