A defesa do pecuarista, feita pelo advogado Fernando Faria, nega as acusações de crimes ambientais. Segundo eles, a degradação da área ocorreu devido a incêndios que assolaram o bioma entre 2020 e 2023. A defesa também critica o inquérito policial, alegando que as provas foram produzidas unilateralmente, sem o contraditório.
O inquérito já está em fase final e conta com a colaboração de diversos órgãos, como a Secretaria de Meio Ambiente, a Politec, a Dema e o Ciopaer. O caso foi destaque em uma reportagem do programa “Fantástico”, da TV Globo.
Além de Claudecy, outras duas pessoas também são investigadas: o piloto da aeronave responsável pelo despejo dos agrotóxicos e o técnico que escolheu os produtos químicos e definiu sua aplicação na vegetação nativa.
O empresário já enfrenta três ações penais e nove inquéritos civis. O Ministério Público aponta graves crimes ambientais em pelo menos sete imóveis rurais contíguos, totalizando os 81 mil hectares desmatados em Barão de Melgaço, no Mato Grosso.
A defesa de Claudecy reafirma seu compromisso com o esclarecimento dos fatos e enfatiza sua responsabilidade ambiental e o desenvolvimento econômico da região. As propriedades desmatadas pertencem ao bioma do Pantanal, reconhecido pela Unesco.
A Promotoria de Justiça encontrou amostras de herbicidas nos locais, indicando desfolhamento e morte de árvores. Os compostos químicos encontrados são classificados como perigosos para o meio ambiente e capazes de realizar o desmate químico.
O Ministério Público pretende recorrer da decisão que negou a prisão do pecuarista e já obteve medidas judiciais como o bloqueio de imóveis rurais e a proibição de Claudecy deixar o país. O empresário já recebeu multas que somam mais de R$ 2,8 bilhões e enfrenta diversas autuações administrativas desde o ano passado.
Com um histórico de desrespeito às leis ambientais, a conduta de Claudecy em desmatar áreas protegidas continua desafiando os órgãos de controle, que buscam responsabilizá-lo pelos danos causados ao meio ambiente.