O branqueamento dos corais ocorre quando os oceanos permanecem com temperaturas acima da média por várias semanas, consequência das mudanças climáticas provocadas pelas atividades humanas. A maior parte do calor associado ao aquecimento global é armazenado nos oceanos, afetando diretamente a vida marinha.
Na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, entre os municípios de Tamandaré (PE) e Maceió (AL), diversos corais foram prejudicados, de acordo com a professora Beatrice Ferreira, da UFPE. O branqueamento em massa é caracterizado quando cerca de 50% das espécies ou colônias em uma extensa área são afetadas pelo estresse térmico.
Os alertas de branqueamento começaram em março, e a situação foi agravada pela escala utilizada pela Noaa, agência americana que monitora o fenômeno via satélite. A metodologia foi atualizada devido aos recordes de calor nos mares, indo até o alerta nível 5, com risco de mortalidade quase completa dos recifes de corais.
O coral-de-fogo Millepora alcicornis foi a espécie mais atingida na Costa dos Corais, com possibilidade de mais de 80% das colônias afetadas em áreas rasas. A situação preocupa os pesquisadores, pois a mortalidade dos corais pode aumentar caso o calor persista nas próximas semanas.
Os recifes de corais são essenciais para a biodiversidade marinha, abrigando um quarto de toda a vida nos oceanos. Em resposta aos danos causados, o BNDES lançou um edital de até R$ 60 milhões para projetos de proteção dos recifes de corais no Brasil, priorizando ações que melhorem a qualidade das águas e combatam práticas predatórias.
A preservação dos corais é fundamental para a saúde dos ecossistemas marinhos e para a manutenção da vida marinha em todo o planeta. A conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas e a adoção de práticas sustentáveis são essenciais para garantir a sobrevivência dos recifes de corais e de toda a vida marinha que deles depende.
