Aumento de 88,5% nos casos de agressões contra mulheres nas DDMs da região do ABC preocupa autoridades e especialistas.

O aumento do número de registros de agressões físicas contra mulheres nas Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) da região do ABC tem preocupado as autoridades e especialistas. Comparando os meses de fevereiro de 2023 e fevereiro deste ano, houve um aumento de 88,5% nas ocorrências de Lesões Corporais Dolosas, com 87 casos no ano passado e 164 casos neste ano.

Segundo a socióloga e professora da FMABC, Silmara Conchão, a mudança na relação entre homens e mulheres, com as mulheres buscando mais autonomia e independência, pode explicar o contexto. Ela ressalta que, embora haja avanços nesse sentido, como as mulheres ocupando posições de destaque na sociedade, os feminicídios continuam em alta.

A delegada titular da DDM de Diadema, Renata Cruppi, destaca a importância dos canais de denúncia e prevenção no combate à violência contra a mulher. Ela ressalta que a maior conscientização sobre o tema tem contribuído para que mais mulheres busquem ajuda e denunciem situações de violência.

No entanto, apesar dos avanços, a região do ABC ainda enfrenta desafios no atendimento às vítimas de violência. Atualmente, nenhuma das quatro DDMs da região funciona 24 horas por dia, o que vai contra a legislação federal que determina um atendimento ininterrupto nessas delegacias especializadas. A solução paliativa adotada pelo governo paulista, que são as salas DDM 24 horas em delegacias distantes, não tem sido suficiente para garantir um atendimento adequado e eficaz às vítimas.

Diante desse cenário, especialistas e líderes comunitários ressaltam a importância de mais investimentos e ações concretas por parte das autoridades para combater a violência contra a mulher. A criação de canais de denúncia mais eficazes, assim como o funcionamento 24 horas das DDMs, são medidas urgentes para garantir a proteção e o amparo às mulheres em situação de vulnerabilidade. É fundamental que a sociedade como um todo se mobilize e se envolva nesse combate, para construir uma cultura de respeito e igualdade de gênero em nossa região.

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