Vereador fundador do PSDB desfilia-se e critica partido por recusar apoio à reeleição de Ricardo Nunes em 2024; bancada tucana em xeque

O cenário político na Câmara Municipal de São Paulo sofre uma reviravolta com a iminente desfiliação do vereador Gilson Barreto, um dos fundadores do PSDB na década de 1980. A recusa da direção tucana em apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) em 2024 foi o estopim para a decisão do líder da bancada tucana na Casa. Em plenário, nesta terça-feira, 2, Barreto anunciou oficialmente sua saída do partido, gerando insatisfação entre os correligionários.

O PSDB, que já era o maior partido na Câmara ao lado do PT, com oito vereadores, agora corre o risco de perder todos os seus representantes durante a janela partidária que se encerra na próxima sexta, 5 de abril. A direção do partido minimiza o episódio, afirmando que a decisão de não apoiar a reeleição de Nunes foi tomada de forma democrática por 9 votos a 2 entre militantes históricos que compõem o diretório municipal.

Em entrevista concedida ao Estadão em seu gabinete no Palácio Anchieta, Barreto critica abertamente a cúpula do PSDB e expressa sua frustração com as decisões tomadas “de cima para baixo” em Brasília e no Rio Grande do Sul. Para ele, há uma falta de compreensão sobre a continuidade da gestão de Bruno Covas, antecessor de Nunes na prefeitura.

O vereador enfatiza o apoio tímido do PSDB à deputada Tabata Amaral (PSB) e argumenta que os filiados e a militância do partido estão alinhados com Nunes. A possível candidatura própria também é discutida dentro do PSDB, mas Barreto aponta a falta de nomes concretos apresentados para a bancada, o que reforça o interesse em apoiar Tabata Amaral.

Além disso, a proximidade de Ricardo Nunes com o ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos motivos apontados pela direção nacional para rejeitar a atual gestão da prefeitura. Barreto destaca a lealdade do prefeito com o PSDB e a continuação dos projetos iniciados por Bruno Covas.

Diante da dificuldade de formação de chapa dentro do prazo da janela partidária, Barreto ainda não definiu seu novo partido, mas menciona o MDB e o PSD como possíveis destinos. Enquanto isso, a direção do PSDB defende sua decisão de não apoiar Nunes e enfatiza a importância do protagonismo do partido na política municipal.

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