Ponte Rio-Niterói: A grande obra da ditadura militar brasileira completa 50 anos, marcada por controversas e custos altos.

Há exatamente 50 anos, no dia 4 de março de 1974, foi inaugurada a ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Ponte Rio-Niterói. O ministro dos Transportes à época, coronel Mário Andreazza, enalteceu a grandiosidade da obra como um marco da engenharia que ligaria as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, sobre a Baía de Guanabara. A ponte, com 13,2 km de extensão, foi considerada a terceira mais longa do mundo na época de sua inauguração.

Esse empreendimento monumental teve uma dupla finalidade: conectar as duas cidades e servir como propaganda do regime militar vigente. A ditadura militar, estabelecida no Brasil há seis décadas, foi marcada por obras grandiosas de infraestrutura, como a Ponte Rio-Niterói, a Transamazônica, as hidrelétricas de Itaipu e Balbina, e as usinas nucleares de Angra dos Reis.

Apesar de ser exaltada como um símbolo de progresso e desenvolvimento, a construção da Ponte Rio-Niterói foi marcada por polêmicas, atrasos, e orçamentos estourados. O ritmo acelerado da obra, motivado por prazos políticos e a ambição de destacar o ministro Mário Andreazza no cenário político, resultou em acidentes fatais, críticas à qualidade dos materiais e à falta de segurança dos trabalhadores envolvidos.

A obra que inicialmente previa um custo de 344 milhões de cruzeiros, acabou consumindo mais de 1 bilhão de cruzeiros, e estima-se que o valor final tenha chegado a 400 milhões de dólares. Os problemas no desenvolvimento da ponte geraram debates sobre seu nome e sua finalidade exclusivamente rodoviária, que deixou de contemplar outras opções de transporte tão necessárias para a região.

Embora tenham surgido propostas de alteração do nome da ponte e discussões sobre a construção de um túnel de metrô submerso para ligar Rio e Niterói, nenhuma iniciativa concreta avançou. A Ponte Rio-Niterói permanece como um símbolo polêmico da ditadura militar brasileira, marcada pela grandiosidade da engenharia, mas também pelas controvérsias e questionamentos em relação aos métodos utilizados na sua construção.

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