Relatório da PF não confirma encontros com irmãos Brazão; provas indicam origem do veículo usado no homicídio de MarielleFranco

O relatório da Polícia Federal que resultou na prisão dos suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, não apresenta evidências que confirmem os encontros com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, conforme relatado na delação do ex-PM Ronnie Lessa.

As provas de corroboração são fundamentais para validar a veracidade das declarações de um delator, e no caso em questão, não foram encontradas ligações diretas entre a família Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, acusado de participar da preparação do homicídio e de obstruir as investigações.

No entanto, novas evidências obtidas pela PF apontam a possível origem do veículo clonado utilizado no crime e indicam um local onde as munições usadas no assassinato teriam sido descartadas. O relatório também menciona tentativas fracassadas de corroborar a colaboração de Lessa com provas independentes.

Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, assim como o delegado Rivaldo, foram presos sob a suspeita de serem os mandantes do crime. Ambos negam qualquer envolvimento nas mortes e no planejamento do assassinato da vereadora e de seu motorista. Rivaldo também refuta as acusações feitas contra ele.

O relatório destaca que a dificuldade em confirmar os relatos da delação devido ao tempo decorrido desde o crime, bem como a possibilidade de agentes de segurança terem obstruído as investigações. Esses obstáculos tornam a comprovação dos fatos mais complexa, mesmo com as declarações de Lessa.

O documento ainda menciona a relação polêmica do ex-deputado Domingos Brazão com milicianos, suas ligações com grilagem de terras e a rede de empresas da família. As provas de corroboração obtidas pela PF giram em torno da conexão de Lessa com a família Brazão, demonstrando relações prévias entre eles.

O relatório não apresenta evidências que vinculem Rivaldo à preparação do assassinato de Marielle, mas indica uma investigação em andamento do Ministério Público do Rio de Janeiro que levanta suspeitas de interferência do delegado em casos envolvendo bicheiros e milicianos. Movimentações financeiras atípicas também são mencionadas, porém sem ligação direta com Brazão.

O desenrolar desse caso complexo continua a gerar discussões e análises sobre o sistema de justiça e as investigações de crimes de grande repercussão no Brasil. A busca por justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes permanece como um desafio diante das dificuldades e obstáculos encontrados no decorrer das investigações.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo