Segundo Almeida, o atentado contra Marielle e Anderson representou um marco da decadência civilizatória que atingiu o país nos anos seguintes ao crime, evidenciando o total desrespeito pela vida, a brutalidade tratada como algo natural, a misoginia e o racismo escancaradamente presentes na sociedade e nas autoridades.
O ministro ressaltou a urgência em enfrentar o avanço do crime organizado que se infiltrou nas estruturas do Estado brasileiro e reafirmou o dever do Estado de proteger os defensores de direitos humanos, que são a voz dos que resistem contra a barbárie.
Além disso, o Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH), composto por 48 organizações da sociedade civil de direitos humanos, também destacou a importância da prisão dos suspeitos da autoria intelectual do crime como uma ação simbólica e histórica para a democracia brasileira.
De acordo com o comitê, a elucidação da motivação do crime contra Marielle Franco é essencial para o fortalecimento da democracia brasileira e para a proteção dos defensores de direitos humanos no país. A impunidade diante desse tipo de crime tem contribuído historicamente para a perpetuação de diferentes formas de violência contra os direitos humanos em todo o território nacional, em especial a violência política contra mulheres negras, como no caso de Marielle Franco.
A prisão dos suspeitos do assassinato de Marielle e Anderson não só traz um pouco de justiça para as famílias das vítimas, mas também representa um passo importante na luta contra a impunidade e a violência no Brasil. A sociedade civil e as autoridades devem continuar pressionando por investigações transparentes e garantindo a segurança e a proteção dos defensores de direitos humanos em todo o país.