No entanto, a resposta de Borrell, apoiada pelas autoridades dos Estados Unidos, foi de pedir cautela e não tomar medidas neste momento. O argumento é de que atacar as atividades do Irã na região pode ter consequências não intencionais e confundir os cenários da Rússia e do Oriente Médio.
A questão foi discutida recentemente em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE, que aconteceu logo após a Europa e os EUA firmarem o compromisso de impor novas sanções significativas ao Irã caso se confirme a entrega de mísseis balísticos à Rússia. Apesar de ainda não haver provas concretas dessa entrega, as autoridades ocidentais estão na expectativa de que isso aconteça.
O rascunho de uma declaração vista pelo WSJ indica que os países europeus estão dispostos a expandir as sanções contra o Irã caso as entregas de mísseis à Rússia persistam. Porém, Borrell ressaltou a importância de avaliar o impacto dessas medidas para evitar uma escalada de tensões ou prejudicar outros objetivos da política externa da UE, como o controle do programa nuclear iraniano.
Diante desse impasse entre os Estados-membros da UE, o cenário geopolítico na região permanece incerto. A decisão final sobre a imposição de sanções ao Irã dependerá da avaliação cuidadosa dos riscos e consequências de tais medidas, em um momento em que o diálogo diplomático com Teerã ainda está em curso.