Universidade do Ceará anula questão antissemita em prova de vestibular após polêmica: “Decisão correta e necessária”

A Universidade Estadual do Ceará se envolveu em uma polêmica após a aplicação de uma questão considerada antissemita em seu vestibular para o segundo semestre. Nesta terça-feira (30), a instituição decidiu anular uma das questões da prova, que tratava dos custos humanos na Segunda Guerra Mundial e fazia uma afirmação considerada ofensiva em relação ao extermínio dos judeus.

Após a repercussão negativa da questão, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) se manifestou, afirmando que a resposta correta da questão desumanizava as vítimas do Holocausto ao aplicar um cálculo de custo-benefício para avaliar o genocídio de 6 milhões de pessoas. A Universidade, então, decidiu anular a questão 29 da prova de história, alegando inconsistência na elaboração da pergunta.

Além disso, outras questões também foram questionadas pela Conib. A questão 27 tratava do êxodo do povo hebreu do Egito para a Palestina e a 35 abordava o aspecto expansionista territorial israelense. A Conib considerou as questões como extremamente preconceituosas e abertamente antissemitas, e afirmou que irá oficiar a instituição e o Ministério Público do Ceará, podendo configurar ato ilícito ou improbidade administrativa.

A polêmica ganhou ainda mais destaque com publicações do cientista social Matheus Alexandre, que questionou se o vestibular seria um teste para aferir o nível de antissemitismo. Ele argumentou que as questões pareciam transmitir uma narrativa unilateral que negava a história do povo judeu e relativizava o Holocausto.

Diante das críticas e do impacto negativo da questão considerada antissemita, a Universidade Estadual do Ceará se viu obrigada a agir e anular a questão polêmica. Resta agora aguardar as análises das demais questões questionadas pela Conib e ver como a instituição e o Ministério Público do Ceará irão lidar com essa situação delicada.

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