STJ absolve homem acusado de estupro de vulnerável em caso polêmico de gravidez de menina de 12 anos

A decisão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de inocentar um homem de 20 anos do crime de estupro de vulnerável, após ele engravidar uma menina de 12 anos, gerou discussão e polêmica. O julgamento, que ocorreu na última terça-feira (12), contou com três votos a favor da inocência e dois votos contra.

Os fatos ocorreram em Minas Gerais e foram denunciados pela mãe da menor. O homem inicialmente havia sido condenado a 11 anos e 3 meses de prisão pela Justiça mineira, mas em segunda instância conseguiu afastar a condenação por estupro, decisão que foi confirmada pelo STJ.

O ministro Reynaldo Soares da Fonseca, relator do caso, foi o principal defensor da inocência do acusado. Ele argumentou que era necessário ponderar valores, levando em consideração o Estatuto da Primeira Infância e o bem-estar da criança nascida da relação sexual, que ele considerou uma “prioridade absoluta”.

Soares da Fonseca destacou que houve a formação de uma união estável entre a menina e o homem, mesmo que de forma precoce e inadequada. Mesmo não convivendo mais com a mãe do bebê, o homem presta assistência à criança, o que influenciou em sua absolvição.

A decisão de absolver o acusado se baseou no conceito jurídico de “erro de proibição”, que afasta a culpabilidade de uma pessoa se ficar demonstrado que ela agiu sem saber que estava cometendo uma ação proibida, agindo sob a crença de estar agindo dentro da legalidade.

No entanto, a ministra Daniella Teixeira abriu divergência e argumentou que um homem de 20 anos de idade não poderia desconhecer a ilicitude de manter relações sexuais com uma menor de 12 anos. Ela destacou que a vulnerabilidade da criança é absoluta e não pode ser relativizada.

A decisão do STJ gerou controvérsia devido ao entendimento de que a vulnerabilidade da criança não permite exceções e que uma criança de 12 anos não tem capacidade intelectual ou emocional para consentir com atos sexuais. A discussão sobre a proteção das crianças e o combate ao abuso sexual continua em destaque após essa decisão controversa.

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