CNPq lança edital de R$ 100 milhões para formação de meninas e mulheres nas ciências exatas, engenharias e computação.

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) anunciou em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (6) a abertura de um edital no valor de R$ 100 milhões. O objetivo desse investimento é fomentar a formação de meninas e mulheres em áreas das ciências exatas, engenharias e computação. A intenção do CNPq é promover a diversidade e incentivar a presença feminina na pesquisa científica.

De acordo com o edital, podem participar meninas e mulheres matriculadas no 8º e 9º ano do ensino fundamental, no ensino médio em escolas públicas, e também aquelas matriculadas em cursos de graduação nas áreas de exatas, engenharias e computação. A cientista Hildete Pereira de Melo destacou a importância dessa iniciativa, ressaltando que historicamente as mulheres têm sido sub-representadas no cenário científico, mesmo tendo contribuído significativamente nos bastidores.

A história da ciência conta com exemplos marcantes de mulheres pioneiras, como Marie Curie e Bertha Lutz, que foram fundamentais para o avanço do conhecimento em suas respectivas áreas. No contexto nacional, Hildete mencionou a relevância de Johanna Döbereiner, apontando suas descobertas como essenciais para o desenvolvimento da produção agrícola no cerrado brasileiro.

A luta por representatividade e igualdade de gênero é uma pauta constante nos movimentos sociais, refletindo a necessidade de uma maior participação das mulheres em todos os espaços da sociedade. Apesar de dados da Capes mostrarem que a maioria dos bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no país são mulheres, ainda há uma disparidade significativa nos cargos de liderança.

Lygia da Veiga Pereira, renomada cientista na área genética, destacou os desafios enfrentados pelas mulheres que buscam conciliar maternidade e carreira científica. Ela ressaltou a importância de romper com estereótipos culturais que limitam a atuação feminina na ciência, enfatizando a necessidade de equilibrar as demandas profissionais e familiares.

A maternidade, segundo Lygia, é uma função fundamental e intransferível, porém não deve ser um obstáculo para a realização de outras ambições profissionais. A cientista compartilhou sua experiência pessoal ao lidar com a complexidade de administrar os papéis de mãe e pesquisadora, pontuando a importância de garantir apoio e condições adequadas para que as mulheres possam prosperar em suas carreiras científicas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo