Governo propõe remuneração mínima para motoristas de aplicativos e liberdade para trabalhar em várias empresas, gerando debate no Congresso.

O governo brasileiro anunciou, nesta semana, a proposta de um projeto de lei complementar que visa estabelecer uma remuneração mínima para os motoristas de aplicativos, garantindo diversos direitos trabalhistas para essa categoria. Com mais de 100 projetos em tramitação na Câmara dos Deputados sobre o assunto, o governo pretende agilizar a análise da proposta para que entre em vigor em até três meses após a sanção.

De acordo com o projeto, os cerca de 1,5 milhão de motoristas de aplicativos terão direito a receber, no mínimo, R$ 32,90 por hora de trabalho. Deste valor, R$ 24,07 serão destinados ao pagamento de despesas como celular, combustível, manutenção do veículo, seguro, impostos, entre outros, sendo uma parcela que não constará na remuneração mínima de R$ 1.412.

A intenção do governo é manter os motoristas como trabalhadores autônomos, porém garantindo alguns direitos, incluindo os benefícios do INSS. Além disso, a proposta estabelece uma jornada de trabalho de oito horas diárias, com um máximo de 12 horas, permitindo que o motorista atue para quantas empresas desejar.

O deputado Airton Faleiro, presidente da Comissão de Trabalho, destacou a importância de incluir os entregadores de aplicativos de comida no projeto, ressaltando a necessidade de regulamentar a situação desses trabalhadores. Enquanto isso, o iFood manifestou disposição em continuar negociando uma proposta de regulamentação.

Por outro lado, o coordenador da Frente Parlamentar dos Motoristas de Aplicativos, deputado Daniel Agrobom, expressou sua contrariedade à urgência na análise do projeto, destacando a importância de um debate mais aprofundado sobre o tema. O parlamentar também é autor de um projeto que propõe uma metodologia diferente de remuneração mínima para os motoristas de aplicativos.

A proposta do governo resultou de um trabalho conjunto envolvendo representantes dos trabalhadores, das empresas, da Organização Internacional do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. A expectativa é que, com a regulamentação proposta, a categoria dos motoristas de aplicativos tenha seus direitos trabalhistas assegurados.

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