Presidente da Argentina decide encerrar agência de notícias pública, gerando reações e promessa de ações judiciais e sindicais

O presidente da Argentina, Javier Milei, gerou polêmica ao anunciar durante discurso na abertura das sessões ordinárias do Congresso argentino a intenção de acabar com a Télam, agência pública de notícias do país. Segundo Milei, a Télam tem sido usada como um meio de propaganda kirchnerista, o que motivou uma série de reações por parte dos trabalhadores da imprensa e de políticos da oposição.

O Sindicato de Imprensa de Buenos Aires (SiPreBA) e a Federação Argentina de Trabalhadores de Imprensa (Fatpren) já se pronunciaram contra a decisão do presidente, prometendo empreender ações jurídicas, sindicais e políticas para tentar impedir o fechamento da agência. A secretária-geral da Fatpren, Carla Gaudensi, afirmou que a Télam não será fechada e convocou a defesa da agência não apenas pelos trabalhadores, mas por todo o povo argentino.

Figuras da oposição, como a deputada Myriam Bregman, também criticaram o anúncio de Milei, classificando-o como mais um ataque aos trabalhadores. A Comisión Gremial Interna (CGI) da Télam convocou uma assembleia geral para discutir estratégias de enfrentamento à decisão do presidente e defender a agência.

Criada há 78 anos com o objetivo de disseminar informações em toda a Argentina, a Télam conta com mais de 700 funcionários e é a única agência de notícias do país com correspondentes em todas as províncias. A agência produz diariamente centenas de matérias e fotografias, além de manter um ecossistema com departamento de vídeo, rádio, site e redes sociais.

Essa não é a primeira vez que a Télam enfrenta ameaças de fechamento. Durante as presidências de Carlos Menem, Fernando de la Rúa e Mauricio Macri, a agência também foi alvo de tentativas de intervenção. O atual governo de Milei já havia determinado a intervenção nos meios públicos de comunicação no início deste ano, afetando não apenas a Télam, mas também a Rádio e Televisão Argentina (RTA).

A história da Télam é marcada por desafios e resistência, e a agência recebeu homenagens e reconhecimentos ao completar 78 anos em 2021. A decisão de Milei de fechar a agência pública de notícias continua gerando debates e mobilizações por parte de diversos setores da sociedade argentina.

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