Paralisação no Banco Central: mais de 500 servidores entregam cargos de chefia em movimento por reestruturação da carreira.

Servidores do Banco Central entregam mais de 500 cargos de chefia em forma de protesto

A situação no Banco Central (BC) está tensa. Em protesto, mais de 500 servidores em cargos de chefia entregaram seus cargos. Isso representa aproximadamente 40% da cadeia de comando da instituição. A ação ocorreu durante o primeiro dia de uma paralisação de 48 horas da categoria.

O protesto teve como destaque a manifestação conjunta de 43 chefes de unidade do órgão. Eles aproveitaram o início da reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), que contou com a presença de todos os diretores do BC, para entregar uma carta pedindo mais esforços para a reestruturação da carreira. A entrega dos cargos é vista como uma forma de pressionar o órgão, já que a ausência de importantes figuras na instituição pode resultar em atrasos e problemas nas atividades do Banco Central.

A carta entregue pelos servidores destaca a crise que assola o Banco Central nos últimos anos, mencionando restrições orçamentárias, redução do quadro de pessoal e desalinhamento remuneratório em relação a outras carreiras de Estado estratégicas para o país. Além disso, a carta aponta para o impacto negativo que essa situação tem sobre o clima organizacional e a execução dos processos de trabalho.

Os diretores do BC devem apresentar a carta na Mesa Específica de Negociação da categoria com o governo, que está marcada para a tarde desta quarta-feira. Os chefes de unidade ressaltaram que continuarão mobilizados e ameaçaram tomar “próximos passos”, o que pode incluir paralisações ainda mais longas no trabalho da autarquia.

Anteriormente, os funcionários do BC rejeitaram a contraproposta do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos durante a Mesa Específica de Negociação da categoria. O governo ofereceu um reajuste salarial de 13%, parcelado para 2025 e 2026, algo que não foi aceito pelos servidores que pedem uma reestruturação da carreira, bônus por produtividade, alteração na exigência de ensino superior para o cargo de técnico na autarquia, entre outras demandas.

Em resposta, o Banco Central afirmou que reconhece o mérito das reivindicações e o direito dos servidores de promoverem manifestações organizadas. A instituição garantiu que o movimento não tem afetado o funcionamento dos sistemas críticos para a população, mercados e operações das instituições reguladas, e ainda expressou confiança na dedicação, qualidade e responsabilidade dos servidores. A situação permanece tensa e, à medida que as negociações continuam, é preciso ficar de olho nos desdobramentos dessa crise no Banco Central.

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